O recém-eleito presidente da Catalunha, Artur Mas: o pacto alcançado entre as duas legendas permitirá a Mas a realização de um referendo sobre a soberania da Catalunha (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 15h37.
Barcelona - O líder nacionalista Artur Mas, do partido Convergência e União (CiU), foi reeleito nesta sexta-feira como presidente do governo regional da Catalunha com os votos de sua legenda e do partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).
Juntas, as duas legendas somaram 71 votos, três acima da maioria absoluta, no plenário de posse realizado no parlamento catalão. Mas tomará posse na próxima segunda-feira, e está previsto que forme o novo governo no dia 27.
Após o pacto de governabilidade fechado entre CiU e ERC, Mas recebeu o aval de ambas as formações, e os demais partidos da câmara catalã votaram contra - um total de 63 votos.
O pacto alcançado entre as duas legendas que permitirá a Mas governar inclui a realização, no prazo de dois anos, de um referendo sobre a soberania da Catalunha e a entrada em vigor de 9 novos impostos, incluindo um sobre os depósitos bancários.
Os nacionalistas de centro-direita liderados por Artur Mas ganharam as eleições de 25 de novembro, mas perderam 12 cadeiras e ficaram muito longe da maioria absoluta que buscavam ao antecipar em dois anos o pleito, o que os obrigou a pactuar com a ERC, que é uma legenda de esquerda, republicana e independentista que dobrou sua presença nessas eleições.
O governo espanhol lembrou às autoridades regionais catalãs que uma consulta como a que pretende realizar não está contemplada na Constituição, por isso seria ilegal.
A vice-presidente e porta-voz do Executivo, Soraya Sáenz de Santamaría, afirmou hoje - ao ser perguntada se o governo pode garantir que não haverá referendo em 2014 - que a Constituição espanhola "será cumprida".
A comunidade autônoma da Catalunha, com 7,5 milhões de habitantes, é responsável por 18% do PIB espanhol, e é uma das mais ricas da Espanha, embora neste ano tenha tido que recorrer ao fundo de resgate criado pelo governo espanhol para as regiões com problemas de financiamento para pedir um empréstimo de mais de 5 bilhões de euros.