Crianças que estavam em escola: diretor de hospital local disse que vários centros médicos estavam recebendo os feridos (Finbarr OReilly/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2014 às 13h21.
Gaza - Pelo menos 15 pessoas foram mortas e muitas ficaram feridas nesta quinta-feira, após forças israelenses terem disparado fogo de artilharia contra uma escola administrada pela ONU que abrigava refugiados palestinos no norte de Gaza, disse um porta-voz do ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra.
O diretor de um hospital local disse que vários centros médicos ao redor de Beit Hanoun estavam recebendo os feridos. “Tal massacre exige mais do que um hospital para lidar com a situação”, disse Ayman Hamdan, diretor do hospital de Beit Hanoun.
Um fotógrafo da Reuters no local disse que poças de sangue podiam ser vistas no chão e nas mesas dos estudantes no pátio da escola, perto do aparente impacto de um projétil de artilharia.
Diversas famílias que vivam na escola correram com seus filhos para o hospital onde as vítimas estavam sendo atendidas, a algumas centenas de metros.
Laila Al-Shinbari, mulher que estava na escola no momento do bombardeiro, disse à Reuters que as famílias haviam se reunido no pátio para esperar um comboio da Cruz Vermelha para retirá-las de lá. “Todos nós no sentamos em um lugar quando de repente quatro projéteis acertaram nossas cabeças… corpos estavam no chão, (havia) sangue e gritos. Meu filho está morto e todos os meus parentes foram mortos, incluindo meus outros filhos”, disse ela em prantos.
Chris Gunness, porta-voz da principal agência da ONU em Gaza, a UNRWA, confirmou o ataque e criticou Israel. “Coordenadas precisas do abrigo da UNRWA em Beit Hanoun foram formalmente dados para o Exército de Israel… no curso do dia, a UNRWA tentou coordenar com o Exército israelense uma janela para que civis deixassem o local, mas isso não foi concedido”, disse Gunness em sua página no Twitter.
Mais cedo nesta quinta-feira, Gunness disse à Reuters que forças de Israel haviam atacado abrigos da ONU em três ocasiões diferentes desde segunda-feira, em incidentes que não causaram vítimas. O Exército de Israel não comentou imediatamente a questão.