David Davis: o ministro pediu para comunitários que temem pelo futuro terem "confiança" (News Agency/Maja Suslin/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de março de 2017 às 10h09.
Praga - O Reino Unido ativará ao longo deste mês de março o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regula a saída de um país comunitário da União Europeia (UE), afirmou nesta sexta-feira em Bratislava o ministro britânico para o Brexit, David Davis.
"Sim, vamos ativar o artigo 50 antes do fim do mês", afirmou o ministro britânico - sem precisar a data -, em entrevista coletiva depois de se reunir com o primeiro-ministro eslovaco, o social-democrata Robert Fico.
Sobre o temor dos comunitários que atualmente vivem, estudam ou trabalham no Reino Unido, de se transformarem em cidadãos de segunda categoria após o Brexit, Davis pediu para terem "confiança".
"Queremos, da maneira mais rápida possível, garantir que os cidadãos de ambos os lados da fronteira tenham a certeza de que gozarão dos mesmos direitos no futuro como têm agora. O status que estamos querendo para os atuais cidadãos (comunitários) no Reino Unido é algo muito parecido ao dos britânicos em temas de direito a residência, acesso ao estado de bem-estar, mas isto dependerá do acordo entre todos os vinte e oito", afirmou Davis.
Sobre o novo marco de colaboração entre o Reino Unido e os 27, o ministro afirmou que, em áreas como Justiça, assuntos de Interior e Defesa, o governo britânico deseja algo parecido ao atual.
"Queremos conseguir uma relação muito parecida a que temos agora, o que tecnicamente será um desafio, mas todos queremos esse resultado", afirmou.
Ele reconheceu, em todo caso, que será mais complicado chegar a acordos para fixar um novo marco econômico, o futuro do novo tratado de livre-comércio, algo que considerou "fundamental".
O Reino Unido exporta atualmente aos países da UE o equivalente a 230 bilhões de euros e importa dos países comunitários 290 bilhões de euros. Londres quer "preservar", "aumentar" e "favorecer" esses volumes de intercâmbios comerciais com um novo tratado de livre-comércio e tenta um acordo.