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Arquivos secretos da ditadura argentina são liberados

Os arquivos poderão ser consultados através de duas bases digitais que funcionarão na Biblioteca Aeronáutica da capital argentina


	Documentos da Argentina: documentos, encontrados em novembro do ano passado em um subsolo da sede da Força Aérea, poderão ser consultados a partir de 20 de março
 (AFP/Daniel Garcia)

Documentos da Argentina: documentos, encontrados em novembro do ano passado em um subsolo da sede da Força Aérea, poderão ser consultados a partir de 20 de março (AFP/Daniel Garcia)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2014 às 17h19.

Buenos Aires - Um arquivo com 1.500 pastas da ditadura argentina (1976-1983) contendo documentos secretos do regime será aberto para consulta pública no final deste mês, anunciou o governo neste domingo.

Os documentos, encontrados em novembro do ano passado em um subsolo da sede da Força Aérea, poderão ser consultados a partir de 20 de março, quatro dias antes dos 38 anos do golpe militar que deu início a uma sangrenta ditadura.

"A ideia é ter todo o material digitalizado para esse dia", explicou a diretora de Direitos Humanos do Ministério da Defesa, Stella Segado, de acordo com o jornal Página 12 neste domingo.

A partir da divulgação de seu conteúdo, "a sociedade poderá constatar como o poder militar estava subordinado ao poder econômico", indicou.

"Cerca de 90 ou 85% dos documentos estão ligados a questões econômicas, como projetos sobre privatizações, isenções, medidas para permitir investimentos estrangeiros e discussões na Comissão de Assessoramento Legislativo (CAL) sobre leis trabalhistas", disse.

Os arquivos poderão ser consultados através de duas bases digitais que funcionarão na Biblioteca Aeronáutica da capital argentina.

O material original está à disposição da justiça, onde são realizados dezenas de julgamentos pelos crimes da ditadura.

O material inclui seis pastas com 280 atas secretas e originais das juntas militares, do golpe de Estado de 24 de março de 1976 até o fim da ditadura, em dezembro de 1983.

As organizações dos direitos humanos exigem há três décadas que as instituições militares, policiais e religiosas abram seus arquivos sobre o período ditatorial, que deixou 30.000 desaparecidos, segundo elas, com a esperança de encontrar novas pistas.

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