Representação em papiro do reinado do faraó Ramsés II: nos papiros se reflete o estilo de vida dos cidadãos na antiguidade, seus direitos e obrigações (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 10h25.
Cairo - Uma equipe de arqueólogos descobriu no Egito um porto histórico no litoral do Mar Vermelho com os papiros mais antigos já encontrados até hoje, informou nesta quinta-feira em comunicado o Ministério de Estado para as Antiguidades.
O porto, que remonta à época do faraó Keops, o segundo rei da IV dinastia que reinou há mais de 4.500 anos, fica na zona de Wadi al Gurf a 180 quilômetros ao sul da cidade de Suez, no leste do Egito.
Nele, estão 40 papiros com hieróglifos, que documentam a vida cotidiana dos egípcios, alguns datados do ano 27 do reinado de Keops.
Na nota, o ministro de Estado egípcio para as Antiguidades, Mohammed Ibrahim, explicou que esses textos incluem registros mensais com o número de trabalhadores no porto e oferecem detalhes sobre suas vidas.
O arqueólogo francês Pierre Tallet, diretor da equipe francesa que colaborou com arqueólogos egípcios nas escavações, acrescentou que nos papiros se reflete o estilo de vida dos cidadãos na antiguidade, seus direitos e obrigações.
Os documentos foram levados ao Museu de Suez para que sejam estudados.
O porto, aonde chegavam embarcações com bronze e metais procedentes da Península do Sinai, tem um píer, onde foram descobertas várias âncoras de pedra.
Além disso, há restos de quartos nas quais se alojavam os trabalhadores do porto e 30 cavernas escavadas na rocha, junto a blocos de pedra empregados para fechá-las com o nome de Keops escrito em tinta vermelha.
Também foram encontradas cordas de embarcações e ferramentas usadas para cortá-las.