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Armar a Ucrânia é "moralmente aceitável" dependendo das condições, diz papa

"É uma decisão política que pode ser moral, moralmente aceita, se as condições de moralidade forem atendidas", declarou Francisco

Papa Franciso durante missa  (Guglielmo Mangiapane/Reuters)

Papa Franciso durante missa (Guglielmo Mangiapane/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de setembro de 2022 às 19h45.

Última atualização em 15 de setembro de 2022 às 19h50.

Armar a Ucrânia pode ser aceitável "se as condições de moralidade forem cumpridas", disse nesta quinta-feira, 15, o papa Francisco, que considerou necessário "dialogar" com "todos", em uma alusão velada à Rússia.

Questionado sobre a necessidade de fornecer armas à Ucrânia, o pontífice destacou a noção de "moral".

"É uma decisão política que pode ser moral, moralmente aceita, se as condições de moralidade forem atendidas", declarou Francisco em coletiva de imprensa dentro do avião papal na volta para Roma, após uma visita de três dias ao Cazaquistão.

"Mas isso pode ser imoral se for feito com a intenção de provocar mais guerras ou vender mais armas, ou de se desfazer de armas que não são mais úteis. A motivação é o que qualifica em grande parte a moralidade desse ato", acrescentou.

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"Defender-se não é apenas legal, mas também uma expressão de amor à pátria. Quem não se defende não ama, mas quem defende ama", acrescentou Francisco, que fez muitos apelos à paz e condena firmemente a indústria da guerra.

No entanto, o papa destacou a necessidade de dialogar com "todos", uma alusão implícita à Rússia, com a qual a Santa Sé tem se esforçado para manter uma abertura diplomática desde a invasão da Ucrânia.

"Não descarto o diálogo com nenhum país em guerra, mesmo que seja o agressor", disse.

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