Aristide, ex-presidente do Haiti: país vive crise política após eleições suspeitas de fraude (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 09h18.
Porto Príncipe - O ex-presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide anunciou nesta quarta-feira que está preparado para voltar a qualquer momento ao seu país, três dias após o ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier regressar de um exílio de 25 anos na França.
Aristide, um ex-sacerdote exilado na África do Sul em 2004, sempre sustentou que precisou abandonar o poder pela pressão de Estados Unidos e França.
"Desde minha chegada ao continente mãe há seis anos e meio, o povo do Haiti não parou de pedir minha volta", garantiu o ex-presidente em um comunicado enviado à AFP.
"Quanto a mim, estou pronto. Mais uma vez, manifesto minha preparação para ir hoje, amanhã, a qualquer momento", explicou Aristide.
A nota foi divulgada após o porta-voz de Duvalier afirmar que o ex-ditador havia terminado um exílio de 25 anos na França e voltava ao Haiti com a esperança de recuperar a presidência do país, que perdeu em 1986, quando foi deposto.
O Haiti está afundado em uma crise política causada pela controversa eleição presidencial realizada no dia 28 de novembro, cujos resultados provocaram uma onda de violência por parte dos partidários de Michel Martelly, que denunciaram fraude a favor do candidato governista, Jude Célestin.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) recomendou em um relatório que Célestin se retire da corrida presidencial a favor de Martelly.
Segundo os resultados preliminares publicados no início de dezembro, a ex-primeira-dama do Haiti Mirlande Manigat obteve 31% dos votos, enquanto Célestin conquitou 22%, apenas 7 mil votos a mais que Martelly, com 21%.