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Ariel Castro não conseguiu me abater, diz sobrevivente

Uma das três mulheres de Cleveland ficou grávida diversas vezes e sofreu abortos sob o poder do motorista de ônibus, que a espancava regularmente por horas

Michele Knight em entrevista: "ele não podia me controlar muito", disse Michelle. "Eu era a mais odiada porque ele não podia me abater." (Reuters)

Michele Knight em entrevista: "ele não podia me controlar muito", disse Michelle. "Eu era a mais odiada porque ele não podia me abater." (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 08h58.

Cleveland - Uma das três mulheres de Cleveland sequestradas e mantidas em cativeiro durante anos por Ariel Castro disse em uma entrevista na televisão que ficou grávida diversas vezes e sofreu abortos sob o poder do motorista de ônibus, que a espancava regularmente por horas.

Quando Castro soube da primeira gravidez de Michelle Knight, ele bateu na barriga dela com um haltere, avisando-a que "amanhã ‘a coisa' teria ido embora", disse Michelle, de 32 anos, a Phil McGraw em uma gravação para o programa "Dr. Phil", que foi ao ar na terça-feira.

Michelle disse a McGraw que Castro a odiava e não queria que ela tivesse um filho. Ela disse que engravidou e abortou cinco vezes depois de ser sequestrada em 2002.

"Ele não podia me controlar muito", disse Michelle. "Eu era a mais odiada porque ele não podia me abater." Michelle foi a primeira das três mulheres que Castro sequestrou e manteve em sua casa. Castro sequestrou Amanda Berry, de 27 anos, em 2003, e Gina DeJesus, de 23, em 2004. As mulheres escaparam em maio, junto com a filha de seis anos de Amanda, que ela teve com Castro.

A história delas capturou a atenção mundial. Castro foi encontrado enforcado em sua cela de prisão em setembro, um mês depois de ter se declarado culpado por quase 1.000 acusações de estupro, sequestro, tortura e homicídio e de ter sido condenado à prisão perpétua.

Michelle tinha um filho de 2 anos quando foi capturada, um fato que Castro usava para provocá-la, dizendo que o filho dela estava melhor sem ela, disse.

"O amor pelo meu filho me fez superar isso", disse Michelle. Ela disse que foi mantida no porão, com as mãos atadas por fitas adesivas e com um capacete de motociclista na cabeça durante semanas depois que Castro a sequestrou.


"A única coisa que eu conseguia fazer era chorar", disse. Castro voltava sempre bêbado para a casa e espancava Michelle por três ou quatro horas cada vez, ela disse.

Michelle disse que Castro "era obcecado por prostitutas". Ela disse que ele tinha achado que ela era uma prostituta de 13 anos e que ficou furioso quando descobriu que ela tinha 20.

Michelle contou que assistiu ao noticiário do desaparecimento de Amanda na televisão da sala onde estava presa, mas que só encontrou Amanda semanas mais tarde. Ela afirmou ter visto Amanda somente seis ou sete vezes naquele ano e que nunca ficavam sozinhas.

Na segunda parte da entrevista, transmitida na quarta-feira, Michelle conta como ajudou no nascimento da filha de Amanda durante o Natal de 2006.

Amanda e Gina planejam escrever um livro sobre a difícil experiência em parceria com os jornalistas do Washington Post, vencedores do Pulitzer, Mary Jordan e Kevin Sullivan.

Michelle foi a única das três a testemunhar a sentença a Castro depois que ele concordou à prisão perpétua para evitar a pena de morte.

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