A presidente argentina, Cristina Kirchner: o último ano de Cristina no cargo está mergulhado em tensão (Argentine Presidency/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 16h21.
BUENOS AIRES - O governo da Argentina amenizou as críticas ácidas a seus adversários nesta quarta-feira, antes do que se espera ser uma das maiores manifestações de rua dos conturbados sete anos do governo da presidente argentina, Cristina Kirchner.
O último ano de Cristina no cargo está mergulhado em tensão desde a morte nebulosa um mês atrás de Alberto Nisman, promotor federal que estava prestes a detalhar evidências que dariam suporte à acusação de que a presidente planejou encobrir a investigação de um atentado a uma entidade judaica em 1994.
Autoridades do alto escalão acusaram os promotores que organizam a passeata, apelidada de ‘marcha silenciosa’, de tentarem realizar um “golpe de Estado judicial” e conspirar com adversários políticos de direita para depor Cristina. Mas nesta quarta-feira, as autoridades abrandaram o discurso.
“Não quero atribuir nenhum valor a isso, nem minimizar sua importância”, disse o chefe de gabinete da presidente, Anibal Fernández, aos repórteres. “Não estou interessado. É a expressão do povo, que tem direito de fazê-lo”.
Dezenas de milhares de argentinos devem comparecer à manifestação em silêncio pela capital, Buenos Aires, na noite desta quarta-feira em homenagem a Nisman, que foi encontrado morto com um único tiro na cabeça em 18 de janeiro.
Os promotores por trás do evento dizem que ele não tem motivação política, mas a independência do judiciário do país vem sendo questionada há tempos. Os manifestante provavelmente pedirão o fim da interferência política e da intimidação de promotores e juízes.