O estado de conservação e a qualidade dos serviços de trens em Buenos Aires são objetos de denúncias por parte dos usuários (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 20h25.
Buenos Aires - Dez horas após o acidente com um trem em Buenos Aires, dezenas de famílias buscam, desesperadamente, notícias de parentes que não aparecem nas listas de centenas de feridos levados para 13 hospitais da cidade. Não há uma lista oficial de mortos nem de desaparecidos. O secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi, estimou que o trem transportava entre 1.200 a 1.500 pessoas, das quais 49 estão mortas e 600 feridas. Estão internadas 461 pessoas, segundo o secretário.
Marcelo, por exemplo, busca a esposa Tatiana, de 33 anos, grávida de seis meses, que trabalha como advogada no consulado da Bolívia. Pablo procura a prima Maria Moreno e várias mães e pais procuram seus filhos que saíram para trabalhar ou para ir à escola. O cenário é de desespero nos hospitais e na estação Once, onde ocorreu o acidente.
O acidente ocorreu às 8h32 (9h32, de Brasília), quando o trem da linha Sarmiento proveniente de Moreno, periferia de Buenos Aires, entrou na estação Once e não conseguiu parar. O trem chocou-se contra a barreira de proteção no final da plataforma, produzindo um dos acidentes ferroviários mais graves da história do país. O trem foi isolado pela polícia.
O estado de conservação e a qualidade dos serviços de trens em Buenos Aires são objetos de denúncias por parte dos usuários e dos ferroviários há anos. A TBA, concessionária da linha Sarmiento, emitiu um comunicado afirmando que a empresa está "realizando todas as tarefas de investigação do acidente para conseguir um rápido esclarecimento do fato".