As vendas de automóveis e peças argentinas ao Brasil geram 7 bi de dólares anuais ao país (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2011 às 11h14.
Buenos Aires - A Associação de Fábricas de Automóveis (ADEFA) da Argentina manifestou nesta segunda-feira sua preocupação pelo conflito comercial com o Brasil e exortou os dois governos a chegarem o mais rápido possível a um acordo.
Através de um comunicado divulgado pela entidade, o presidente de ADEFA, Aníbal Borderes, expressou "a preocupação da indústria automotiva argentina pelo conflito originado com o estabelecimento de medidas que dificultaram o comércio automotivo bilateral com o Brasil".
Brasília suspendeu na sexta-feira a licença automática para a importação de automóveis e peças argentinas, em represália pela demora aduaneira contra eletrodomésticos, máquinas agrícolas e calçados imposta por Buenos Aires.
"As medidas a princípio plantam dúvidas sobre a marcha do Mercosul, que demonstrou ser instrumento válido para o crescimento e desenvolvimento dos países da região", disse Borderes.
O presidente da ADEFA destacou os fortes investimentos realizados na última década pelo setor e afirmou que "60% desses automóveis têm como destino o mercado externo e, desses, 80% são direcionados ao mercado brasileiro, o que determina que 50% do total de intercâmbio comercial com o vizinho está constituído por automóveis".
Borderes também chamou a atenção sobre o impacto que o setor tem no crescimento econômico e no emprego.
"Hoje, o setor automotivo é responsável por 50% do crescimento industrial da Argentina", disse ele, destacando que o setor gera mais de 30 mil postos diretos de trabalho e 137 mil indiretos, que representam 7,5% do emprego formal da indústria no país.
Nesse contexto, Borderes exortou os governos de ambos os países a aumentar os esforços para estabelecer um acordo que permita superar rapidamente as diferenças e continuar a rota de crescimento e desenvolvimento do setor e da região.
As vendas de automóveis e peças argentinas ao Brasil geram 7 bilhões de dólares anuais ao país.