Mundo

Argentina envia ao México insumo para vacina da AstraZeneca

O princípio ativo da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina e será estabilizado e embalado no México

Frascos rotulados como de vacina contra Covid-19 em frente ao logo da AstraZeneca em foto de ilustração
31/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic (Dado Ruvic/Reuters)

Frascos rotulados como de vacina contra Covid-19 em frente ao logo da AstraZeneca em foto de ilustração 31/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic (Dado Ruvic/Reuters)

A

AFP

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 09h32.

Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 11h35.

O México espera receber da Argentina, na madrugada de quarta-feira (20), o princípio ativo para elaborar a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford - informou o subsecretário da Saúde, Hugo López-Gatell.

"Esta quarta-feira teremos o prazer de receber o primeiro desses embarques a granel, é um granel para aproximadamente um milhão de doses", disse o funcionário em entrevista coletiva.

O número de doses é inferior ao reportado anteriormente pelo chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, em mensagem via Twitter.

Horas antes, Ebrard considerou "verídicas" as informações veiculadas por uma mídia argentina sobre o embarque do insumo para fabricar seis milhões de doses.

O órgão regulador mexicano de saúde, Cofepris, autorizou em 4 de janeiro o uso emergencial da vacina, que estaria disponível em março.

O princípio ativo da vacina AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina pelo centro de biotecnologia mAbxience e será estabilizado e embalado no México pelo laboratório Liomont.

López-Gatell explicou ainda que os dois laboratórios vão produzir entre Argentina e México cerca de 200 milhões de doses para atender a demanda da América Latina, número inferior aos 250 milhões informados semanas atrás pelo governo mexicano.

No início de dezembro, o México assinou um acordo de pré-compra com a AstraZeneca para adquirir 77,4 milhões de doses.

Vacina da Pfizer atrasada

Os preparativos para desenvolver a vacina AstraZeneca/Oxford ocorrem depois que o governo mexicano anunciou um corte no fornecimento da vacina Pfizer-BioNTech, que acordou, em resposta a um pedido da ONU, que os países ricos compartilhem as doses extras que compraram com as nações mais pobres.

López-Gatell explicou que o México receberá nesta terça-feira a metade de um embarque previsto de 439.725 doses e que as entregas previstas para 25 de janeiro, 2 e 9 de fevereiro - entre 440 mil e 550 mil doses - chegarão somente em 15 de fevereiro.

Ele antecipou, porém, que a reposição das doses pendentes poderá ser antecipada, a depender de uma negociação entre o diretor da Pfizer e o secretário da Fazenda, Arturo Herrera, que ocorrerá nesta terça-feira.

A demora na entrega da Pfizer pode prejudicar a aplicação da segunda dose da vacina para quem já recebeu a primeira, reconheceu López-Gatell. Ele ressaltou, porém, que estudos recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelecem que a segunda dose pode ser administrada entre 21 e 28 dias depois, sem prejuízo de seu efeito protetor.

O México também tem acordos de compra com o projeto sino-canadense CanSinoBio, por 35 milhões de doses, e faz parte do mecanismo internacional COVAX. Este último lhe permite comprar 51,6 milhões de vacinas adicionais.

Na semana passada, o governo também anunciou um plano para comprar 24 milhões de unidades da vacina russa Sputnik V, assim que o Cofepris autorizar seu uso emergencial.

Com 128 milhões de habitantes, o México é o quarto país com mais mortes no mundo, devido à pandemia, com 141.248 óbitos, embora ocupe o 18o lugar em vítimas fatais por 100.000 habitantes, de acordo com dados da AFP baseados em fontes oficiais.

Veja também: Vacinas: como funcionam e são feitas? | EXAMINANDO

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:ArgentinaAstraZenecaCoronavírusMéxicoVacinas

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua