Mundo

Argentina denuncia arma nuclear nas Malvinas perante a ONU

O governo argentino acusou o Reino Unido de violar os tratados internacionais que estabelecem que esta zona deveria estar desnuclearizada


	Uma paisagem das Ilhas Malvinas: a Argentina disputa o domínio sobre as ilhas com o Reino Unido
 (Daniel Garcia/AFP)

Uma paisagem das Ilhas Malvinas: a Argentina disputa o domínio sobre as ilhas com o Reino Unido (Daniel Garcia/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 13h12.

Genebra - A Argentina acusou nesta segunda-feira o Reino Unido de transportar, em submarinos, armamento nuclear às Ilhas Malvinas e violar, assim, os tratados internacionais que estabelecem que esta zona deveria estar desnuclearizada.

"Nos encontramos em uma etapa precária de implementação do tratado de Tlatelolco, que proíbe completamente o armamento nuclear na América Latina e no Caribe. Esta precária implementação é desafiada pelo Reino Unido", manifestou o secretário de Relações Exteriores da Argentina perante a Conferência de Desarmamento da ONU, Eduardo Zuain.

Além disso, Zuain responsabilizou o Reino Unido de uma injustificada e desproporcional presença militar no Atlântico Sul, "que inclui deslocamentos de submarinos com capacidade de levar armamento nucleares na zona desnuclearizada".

O Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe - conhecido como Tratado de Tlatelolco - é um acordo internacional que estabelece a desnuclearização do território da América Latina e do Caribe e que entrou em vigência em 25 de abril de 1969.

"A República Argentina está especialmente preocupada pela possibilidade, confirmada pela primeira vez pelo Governo britânico em 2003, que este estado estivesse introduzindo armamento nuclear no Atlântico Sul", assinalou Zuain, que acrescentou que o Governo argentino lamenta profundamente que o Reino Unido tenha ignorado as denúncias formuladas sobre esta situação.


Além disso, Zuain criticou o fato de que as Malvinas esteja entre os territórios mais militarizados do mundo, com mais de 1.500 soldados britânicos e uma população civil de 3 mil.

"Tal desdobramento inclui a presença de um poderoso grupo naval, aviões de combate de última geração, um importante centro de comando e controle, e uma base de inteligência eletrônica que permite "monitorar" o tráfego aéreo e naval da região", acrescentou.

Zuain disse que a grande presença britânica em áreas disputadas do Atlântico Sul preocupa não somente a Argentina, "mas também os países da região e fora dela, como demonstram pronunciamentos da Cúpula Ibero-Americana, a União de Nações Americanas (Unasul), o Mercosul, o Grupo Rio e a Cúpula de Países da América do Sul e Países Árabes (ASPA)".

Argentina pediu à Conferência de Desarmamento, que começou nesta segunda em Genebra uma nova sessão e que se prolongará até o próximo dia 1 de março, que supere a estagnação à qual está submetida há 15 anos para que possam avançar em diferentes temas, entre eles, o reivindicado por Buenos Aires. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaArmasEuropaMalvinasPaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica