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Argentina dá aval a plano de reorganização do Grupo Clarín

Grupo terá seis meses para reestruturar suas unidades de TV e rádio, transformando-as em meia dúzia de empresas independentes


	Manifestantes pro-governo durante protesto contra o Clarín em frente ao congresso argentino, em Buenos Aires
 (Enrique Marcarian/Reuters)

Manifestantes pro-governo durante protesto contra o Clarín em frente ao congresso argentino, em Buenos Aires (Enrique Marcarian/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 18h33.

Buenos Aires - O Grupo Clarín, conglomerado argentino de mídia, poderá dividir suas operações em empresas distintas e assim evitar um desmantelamento forçado para cumprir a nova legislação sobre propriedade de meios de comunicação, informou nesta segunda-feira o órgão estatal de regulamentação da mídia.

O Grupo Clarín CLA.BA terá seis meses para reestruturar suas unidades de TV e rádio, transformando-as em meia dúzia de empresas independentes, de acordo com uma proposta apresentada pelo grupo no ano passado, depois de perder uma batalha legal de quatro anos contra a lei.

O plano, aprovado pelo órgão regulador, a Afsca, chefiado por um aliado político da presidente Cristina Fernández, permitirá que o Clarín venda suas licenças de operação ou redistribua a propriedade das ações.

O Clarín é o maior grupo argentino de mídia, tendo sob seu controle a principal operadora de TV a cabo do país, o jornal mais lido, as rádios mais populares e duas emissoras de TV com as maiores audiências.

A lei antimonopólio de Cristina, aprovada em 2009 e confirmada pela Corte Suprema no ano passado, limita o número de licenças no segmento audiovisual que podem ser controladas por apenas uma empresa.

"Nós estamos nos encaminhando para um panorama de serviços audiovisuais muito mais plural, democrático e livre, com nenhum proprietário impondo condições e uma agenda nas novas emissoras", disse o presidente da Afsca, Martín Sabbatella, em um comunicado nesta segunda-feira.

O Clarín qualificou a lei de afronta à liberdade de expressão e disse ser parte de uma campanha para punir críticos do governo.

Cristina mantinha relações harmoniosas com o Grupo Clarín e seu executivo-chefe, Hector Magnetto, até os órgãos noticiosos da empresa criticarem seu governo pelo modo como agiu em relação aos protestos de fazendeiros contra impostos em 2008.

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