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Argentina: Cristina Kirchner favorita às eleições

Pesquisas dão à atual presidente mais de 20% de intenções de voto a mais que seus adversários

Cristina Kirchner, presidente argentina: eleições serão realizadas no país em 3 de dezembro (Getty Images)

Cristina Kirchner, presidente argentina: eleições serão realizadas no país em 3 de dezembro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 17h11.

Buenos Aires - Vários candidatos da atomizada oposição vão se lançar em dezembro às eleições presidenciais da Argentina, em 2011, para as quais a chefe de Estado, Cristina Kirchner, confirma liderança nas pesquisas, um mês depois da morte do marido, Néstor.

A paisagem política mudou substancialmente desde a morte, em 27 de outubro, do ex-presidente Kirchner, homem forte da política argentina, mas, agora, tudo indica que a chefe de Estado disputará a reeleição em 11 meses.

"Vamos (nos apresentar) por mais", tem repetido nas últimas semanas a presidente de 57 anos, dando mostras de que não pensa em se aposentar, quando as pesquisas lhe dão 45% de intenções de voto, superando em mais de 20 pontos seus eventuais adversários, impacientes por iniciar a disputa.

Na oposição, o deputado Ricardo Alfonsín, da social-democrata União Cívica Radical (UCR), o cineasta Fernando Solanas, do centro-esquerdista Projeto Sul, e o ex-presidente Eduardo Duhalde (2002/2003), do peronismo dissidente, darão o pontaté inicial da campanha.

"Em 3 de dezembro, nós, radicais, vamos ganhar as ruas da cidade de Buenos Aires, vamos demonstrar que o gigante adormecido, a União Cívica Radical, despertou, que vai vencer as eleições de 2011 para se alcançar a democracia social", disse Alfonsín, de 59 anos, que apresenta grande semelhança física com o pai, o falecido ex-presidente Raúl Alfonsín (1983/1989).


Para as primárias do radicalismo de agosto de 2011, aparece como principal adversário o vice-presidente argentino Julio Cobos (55), que resiste a deixar a primeira fila de sucessão no governo apesar de ter passado à oposição, em 2008.

O deputado Solanas (74), no entanto, lançará sua pré-candidatura em 7 de dezembro, em ato no estádio FerroCarril Oeste, onde haverá "um chamado às forças progressistas".

Após confluir no Congresso com a oposição da direita liberal e social-democrata em diversas votações, Solanas diz que busca "integrar as forças progressistas que queiram unir-se a um movimento realmente renovador e emancipador que ponha um limite ao bipartidarismo (peronismo-radicalismo), que governou a Argentina nas últimas décadas".

Enquanto isso, Duhalde, de 69 anos, ex-presidente interino após a queda do radical Fernando de la Rúa pela explosão da crise econômica, em dezembro de 2001, pretende voltar à Casa Rosada (governo), desta vez pelas urnas, embora seu nome apareça muito atrás nas pesquisas.

Duhalde, que teria ungido Néstor Kirchner como seu pupilo em 2003, mas em seguida se considerou traído, lançará sua candidatura "antes de 20 de dezembro" pelo Peronismo Federal (dissidente), razão pela qual competirão também os governadores Alberto Rodríguez Saá (San Luis, oeste) e Mario Das Neves (Chubut, sul).

O Peronismo Federal acaba de sofrer uma deserção chave com a retirada de sua mesa de condução do senador pela província de Santa Fé e ex-piloto de Fórmula 1 Carlos Reutemann, o de melhor imagem no setor.

Enquanto isso, o presidenciável Mauricio Macri, de 51 anos, prefeito direitista da capital argentina que, em 2009, se aliou ao peronismo dissidente, vive uma longa lua de mel fora do país, depois de se casar pela terceira vez.

Segundo uma pesquisa de opinião, no começo de novembro, realizada pela consultoria Poliarquia, a presidente venceria no primeiro turno com 46% a 48% dos votos, superando o candidato radical, seja Alfonsín ou Cobos (19%), seguidos por Macri (13% ou 15%) e Solanas (10% ou 11%).

Na Argentina, o segundo turno pode ser evitado com o candidato conseguindo percentual de 45% mais um dos votos, ou reunindo 40% dos sufrágios, mas com uma diferença maior de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

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