José Mujica: "É como se a Argentina tivesse retrocedido para uma visão dos [anos] 1960" (Norberto Duarte/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 19h14.
O chefe de gabinete da Argentina, Jorge Capitanich, considerou nesta segunda-feira "injustas" as declarações do presidente uruguaio, José Mujica, que afirmou que Buenos Aires não acompanha nada da integração regional do Mercosul.
"A Argentina deve e merece ter o reconhecimento de seus pares e deve tê-lo do Uruguai, porque grande parte do seu comércio exterior tem muito a ver com a capacidade e o desenvolvimento que se exerce da Argentina", respondeu Capitanich, durante coletiva de imprensa na Casa do Governo.
O funcionário foi consultado sobre as declarações de Mujica, em entrevista ao jornal Perfil, publicada no domingo.
"A Argentina teria que acompanhar (a integração) e não acompanhada porra nenhuma, ao contrario. É como se a Argentina tivesse retrocedido para uma visão dos [anos] 1960", afirmou Mujica, em relação ao Mercosul, bloco regional integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
O chefe de ministros lembrou que "a Argentina, desde o acordo com (o ex-presidente brasileiro José) Sarney, de 1986, é um país fundador destas estratégias" de integração.
A esse respeito, afirmou que por isso "o papel foi superlativo na construção da grande pátria latino-americana" e estimou que "seria injusto não se reconhecer o papel da Argentina com (o ex-presidente) Néstor (Kirchner) e Cristina Kirchner".
As relações econômicas dentro do Mercosul, em particular entre o Uruguai e a Argentina, passam por momentos de desacordos e dificuldades.