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Argentina conclui obra-chave para levar gás ao centro-norte do país e ao Brasil

Projeto exigiu um investimento de US$ 710 milhões, dos quais US$ 540 milhões foram financiados com um empréstimo do CAF

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 21h11.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 21h16.

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A Argentina inaugurou nesta segunda-feira a reversão do Gasoduto do Norte, que durante quase duas décadas permitiu a importação de gás natural da Bolívia e agora possibilitará o abastecimento do norte e do centro do país e a exportação para o Brasil do gás extraído da colossal formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta.

A obra, que começou no ano passado e foi concluída dois meses antes do previsto, envolveu a extensão do gasoduto do norte em 62 quilômetros, a inversão da direção da injeção de gás em quatro usinas de compressão existentes e a construção de um gasoduto de 122 quilômetros na província de Córdoba, no centro da Argentina.

O projeto exigiu um investimento de US$ 710 milhões, dos quais US$ 540 milhões foram financiados com um empréstimo do CAF, o Banco de Desenvolvimento da América Latina.

A mudança na direção do fluxo nos gasodutos agora possibilita levar gás de Vaca Muerta, no sudoeste da Argentina, para as províncias de Córdoba, Tucumán, La Rioja, Catamarca, Santiago del Estero, Salta e Jujuy, para suprir a demanda de usinas termelétricas, indústrias e residências. Ela também possibilitará que a Argentina exporte gás natural para o Brasil, primeiro usando o Gasoduto do Norte e depois a rede de gasodutos da Bolívia para o Brasil.

“A Bolívia vem reduzindo sua capacidade de produção de gás. Portanto, podemos passar de importadores a exportadores, não apenas em relação à Bolívia, mas também quanto ao Brasil. Deixar de ser um país que consome e importa energia para ser um país que exporta energia é uma ótima notícia”, disse o governador de Córdoba, Martín Llaryora, ao inaugurar as obras de reversão junto com o chefe de gabinete do Governo, Guillermo Francos, e o ministro da Economia, Luis Caputo.

Após duas décadas de contratos de compra de gás com a Bolívia, a Argentina deixou de importar desse país no último mês, uma medida que se tornou possível devido ao aumento dos volumes de produção em Vaca Muerta, a segunda maior reserva de gás não convencional do mundo e a quarta maior reserva de petróleo do gênero.

A reversão do gasoduto gerará uma poupança para a Argentina de cerca de US$ 1 bilhão por ano em compras de gás natural da Bolívia.

“Hoje é um dia histórico para o país. A Argentina pagou US$ 20 bilhões nos últimos 20 anos pelo gás boliviano. Foi uma grande bobagem, sabendo que em Vaca Muerta temos reservas de gás argentino para 150 anos e muito mais barato do que o gás que vinha da Bolívia”, declarou Damián Mindlin, presidente da SACDE, a empresa de construção responsável pelo projeto em parceria com o conglomerado siderúrgico Techint.

Em agosto, o governo argentino assinou as primeiras autorizações para que as empresas petrolíferas comecem a exportar gás natural para o Brasil a partir de Vaca Muerta, cujo epicentro está na província argentina de Neuquén, no sudoeste, para a Bolívia e, de lá, usando os gasodutos desse país, para São Paulo e seu cinturão industrial e para o Rio Grande do Sul. 

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