Promotor assassinado, Alberto Nisman: presidente rejeitou a acusação e disse ser absurda (REUTERS/Marcos Brindicci)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 11h28.
Buenos Aires - Deputados argentinos aprovaram um projeto de lei nesta quinta-feira para remodelar o serviço de inteligência do país, após a presidente Cristina Kirchner ter afirmado que parte da agência era sinistra, autoritária e possivelmente responsável pela morte de um promotor.
O governo de Cristina apresentou o projeto após o promotor Alberto Nisman ser encontrado morto, em 18 de janeiro, poucos dias depois de acusar a presidente de tentar acobertar o suposto papel do Irã no ataque a bomba de 1994 em um centro comunitário judaico. A presidente rejeitou a acusação e disse ser "absurda".
Cristina diz que o novo órgão de segurança do Estado, estabelecido sob a nova legislação, será mais responsável. A oposição diz que a legislação não faz mais do que mudar o nome da agência de espionagem e foi apressada pelo Congresso.
Opositores boicotaram parte do debate.
Ainda não se sabe se Nisman se suicidou com um tiro na cabeça ou foi assassinado. O governo de Cristina Kirchner diz que agentes desonestos levaram Nisman a fazer falsas acusações contra a presidente, como parte de um enredo maior para desestabilizar o governo.
O Irã negou veementemente qualquer envolvimento no atentado de 1994.
A Câmara aprovou a o projeto de lei por uma maioria de 131 votos a 71, após um debate ocorrido durante a madrugada, de acordo com uma nota da coalizão governista Frente para Vitória.
Cristina precisa agora sancionar a lei, o que ela deve fazer nos próximos dias.