Mundo

Argentina aprova lei da ''morte digna'' para doentes

Pessoas que sofrem ''doença irreversível, incurável'' ou ''em estado terminal'' têm direito ''a manifestar sua vontade em relação à rejeição de procedimentos cirúrgicos''

Lei estabelece o direito ''a aceitar ou rejeitar determinados tratamentos ou procedimentos médicos ou biológicos, com ou sem expressão de causa'' (ROBERTO SETTON/VEJA)

Lei estabelece o direito ''a aceitar ou rejeitar determinados tratamentos ou procedimentos médicos ou biológicos, com ou sem expressão de causa'' (ROBERTO SETTON/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 20h06.

Buenos Aires - O Senado da Argentina aprovou nesta quarta-feira a lei da ''morte digna'', que garante o direito dos doentes terminais a rejeitar cirurgias, tratamentos médicos ou de reanimação para prolongar sua vida.

As pessoas que sofrem ''doença irreversível, incurável'' ou ''em estado terminal'' têm direito ''a manifestar sua vontade em relação à rejeição de procedimentos cirúrgicos, de reanimação artificial ou à retirada de aparelhos de suporte vital'', diz a normativa, aprovada por unanimidade.

A lei estabelece o direito ''a aceitar ou rejeitar determinados tratamentos ou procedimentos médicos ou biológicos, com ou sem expressão de causa'', mas mantém a opção que o paciente terminal mude sua decisão.

Destaca que ''nenhum profissional que tenha agido de acordo com as disposições'' desta lei ''está sujeito à responsabilidade civil, penal ou administrativa'' pelas consequências da aplicação desta normativa.

Caso o paciente não esteja em condições de manifestar sua vontade por razões físicas, o poderão fazer seus parentes diretos.

A nova lei, que tinha sido aprovada em novembro do ano passado pela Câmara dos Deputados, exclui a eutanásia assim como o chamado ''suicídio assistido'', que as leis argentinas qualificam como homicídio.

A norma começou a ser debatida depois que a mãe de um bebê em estado vegetativo irreversível desde seu nascimento pedisse publicamente a ''urgente'' aplicação de uma lei de ''morte digna''.

Em setembro passado, Selva Herbón publicou uma carta dirigida à presidente argentina, Cristina Kirchner, para pedir-lhe a aplicação desta lei já que seu bebê de dois anos, Camila, é vítima de uma ''clara obstinação terapêutica''.

Selva lembrou que três comitês de bioética desesperançaram Camila, mas os médicos se negam a desligar os aparelhos que a mantêm viva por temor de um processo judicial.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaLegislaçãoSaúde

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA