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Argentina anuncia imposto sobre lucros 'inesperados' de empresas

A nova contribuição deve bancar medidas de auxílio para a população de baixa renda em meio à disparada da inflação, que chega a 55,1% em 12 meses

Argentina: Entre os elementos, está o aumento nos valores de uma série de auxílios pagos pelo governo, incluindo apoios para aposentados e trabalhadores sem renda formal (Hector Vivas/Getty Images)

Argentina: Entre os elementos, está o aumento nos valores de uma série de auxílios pagos pelo governo, incluindo apoios para aposentados e trabalhadores sem renda formal (Hector Vivas/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2022 às 07h11.

O governo argentino anunciou nesta segunda-feira, 18, uma série de medidas econômicas levando em conta retomar o poder de compra da população e combater os efeitos do choque causado pela guerra na Ucrânia.

Entre os elementos, está o aumento nos valores de uma série de auxílios pagos pelo governo, incluindo apoios para aposentados e trabalhadores sem renda formal. Para tentar compensar os custos com as medidas, a administração anunciou um imposto sobre "ganhos inesperados".

"Temos de pedir àqueles que tiveram um ganho inesperado que contribuam", afirmou o presidente Alberto Fernández em evento na Casa Rosada no qual discursou sobre as ações. Em sua visão, é necessário que as "grandes empresas contribuam para gerar mais desenvolvimento e igualdade".

Também presente, o ministro da Economia local, Martín Guzmán, afirmou que será estabelecida uma alíquota sobre tais componentes inesperados de receita em empresas que tenham lucros líquidos tributáveis superiores a 1 bilhão de pesos no ano. A nova contribuição deve bancar medidas de auxílio para a população de baixa renda em meio à disparada da inflação, que chega a 55,1% em 12 meses.

"Se essa renda inesperada for canalizada para o investimento produtivo, o valor da contribuição será menor, porque buscamos ter uma Argentina com mais capacidade de gerar trabalho", afirmou Guzmán. Segundo ele, o objetivo central do governo é "garantir o crescimento do poder de compra dos trabalhadores em todo o espectro laboral e produtivo".

"As metas dos planos fiscal, monetário e de acumulação de reservas foram cumpridas. Ou seja, a política econômica executada está alinhada com o planejado", disse o ministro. "O que estamos procurando é construir um mecanismo para garantir que o choque da guerra não tenha um impacto desigual e regressivo em nossa sociedade", apontou Guzmán. De acordo com ele, as medidas promovem a real recuperação do poder aquisitivo no país.

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