Agência de Notícias
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 17h41.
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, enfatizou nesta segunda-feira o compromisso do seu governo com a implementação do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) e expressou otimismo de que os últimos obstáculos remanescentes poderão ser resolvidos em uma negociação.
Apesar da resistência de alguns países da UE, como Áustria e França, Mondino expressou otimismo sobre as chances de o acordo entre os dois blocos econômicos ser implementado.
Em entrevista à Agência EFE em Viena, ela enfatizou os benefícios que a iniciativa traria para os consumidores europeus, especialmente em termos de alimentos mais acessíveis e energia mais barata.
“Os temores de vários países me parecem infundados”, disse a chefe da diplomacia argentina, que destacou que é possível encontrar um equilíbrio que favoreça ambos os lados.
Mondino também enfatizou que esse tipo de relação oferece tempo suficiente para que todos os setores econômicos se adaptem, tanto na Europa quanto no Mercosul.
“No Mercosul também vamos ter que nos adaptar, e também há pessoas que têm medo da poderosa indústria europeia”, alertou a chanceler argentina.
Mondino destacou os esforços feitos nos últimos meses para avançar nas negociações.
“Trabalhamos muito este ano, fizemos o que não fizemos em 19 anos”, declarou.
A ministra das Relações Exteriores da Argentina enfatizou que o país precisa se abrir para o mundo e que o pacto de livre comércio entre Mercosul e UE é um passo fundamental para isso.
Mas, caso o Mercosul, como bloco, não chegue a um consenso, cada país terá de buscar alternativas por conta própria, acrescentou.
Mondino, que participa da Assembleia Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, se reunirá na terça-feira com o ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, cujo país é um dos mais relutantes em assinar um acordo de livre-comércio com o Mercosul.
As negociações entre Mercosul e UE começaram em 1999 e um acordo de princípio foi alcançado em 2019, embora ainda não tenha sido ratificado.
Esse pacto, que envolve uma população de cerca de 800 milhões de pessoas, eliminaria cerca de 93% das tarifas da UE.
Alguns países da UE, como Espanha e Alemanha, apoiaram claramente o acordo, enquanto França e Áustria continuam se opondo a ele.