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Argélia manda sinal para jihadistas com força devastadora

Operação de ataque a insurgentes com forças especiais foi vista como um sucesso pelo governo argelino


	Campo de gás de In Amenas, na Argélia: praticamente 70 reféns e militantes morreram no local
 (Kjetil Alsvik/AFP)

Campo de gás de In Amenas, na Argélia: praticamente 70 reféns e militantes morreram no local (Kjetil Alsvik/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 15h43.

Londres - O uso rápido de força letal da Argélia contra combatentes islâmicos que tomaram um de seus principais complexos de extração de gás provocou preocupação no Ocidente, mas não foi surpresa em casa e mostrou claramente como o governo responderia a futuros ataques jihadistas.

Quando as forças especiais limparam o complexo de In Amenas, no final de semana, quase 70 reféns e militantes tinham morrido. Alguns líderes ocidentais pareciam alheios ao que estava acontecendo ali, reclamando que não tinham sido consultados sobre a decisão de entrar no complexo com as vidas dos reféns estrangeiros em risco.

Para a liderança argelina, a decisão de atacar com helicópteros, atiradores e forças especiais a fim de parar os insurgentes que tinham ameaçado explodir a usina foi aparentemente fácil, e a operação foi vista como um sucesso que aumentou o prestígio das forças armadas.

"Estamos orgulhosos de nossas forças especiais do Exército e o mundo inteiro entendeu que essa reação era a única resposta possível", disse o primeiro-ministro Abdelmalek Sellal. "Quando a segurança do país está em risco, é preciso ser firme".

Essa reação foi claramente condicionada pela recente história turbulenta de um país que guarda zelosamente sua soberania e vê os que enxerga como "terroristas" islâmicos como uma ameaça que deve ser destruída. E com uma guerra em andamento no vizinho Mali, é uma ameaça que paira ainda maior agora.

A Argélia lutou uma dura guerra de independência contra a França nos anos 1950 e uma guerra civil ainda mais sangrenta contra insurgentes islâmicos nos anos 1990 que custou 200.000 vidas. Sua liderança é reservada, autoritária e determinada a preservar o Estado frente à agitação islâmica.


O petróleo e o gás representam a maior parte da renda das exportações argelinas e os fundos que capacitam o governo a subsidiar o preço de alimentos e combustível e amenizar o efeito do desemprego, principalmente entre os jovens.

O dinheiro do hidrocarboneto permitiu que a Argélia se desviasse dos levantes da Primavera Árabe e especialistas acreditam que outro ataque islâmico contra sua indústria de petróleo e gás será respondido com força por um estabelecimento de segurança determinado a manter o status quo.

Mais ataques são prováveis, mas devem ser menores, com os trabalhadores estrangeiros correndo risco com tiroteios e bombas. As forças de segurança vão lidar com esses ataques de forma firme, disse Richard Jackson, vice-diretor de Previsão de Risco de Violência da consultoria Exclusive Analysis.

"Eles tenderão a responder de maneira enérgica e rápida a quaisquer eventos futuros", disse.

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