Jovens palestinos jogam pedras em soldados do exército de Israel em cidade da Cisjordânia (11/10/2013) (REUTERS/Mohamad Torokman)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2013 às 16h52.
Cairo - Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe rejeitaram neste sábado uma proposta de segurança dos Estados Unidos para o futuro Estado palestino, que reiteraram que deve ser independente e com capital em Jerusalém Oriental.
Em reunião extraordinária no Cairo, realizada a pedido do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, os chefes da diplomacia árabe criticaram o plano dos EUA sobre uma eventual presença militar israelense durante dez anos na fronteira com a Cisjordânia.
Abbas já expressou seu descontentamento com esta ideia em meados deste mês em mensagem às autoridades americanas, que mediam as conversas de paz entre palestinos e israelenses.
De acordo com esse plano, aviões de reconhecimento americanos monitorariam o território palestino, e militares israelenses atuariam em zonas estratégicas ao longo da fronteira com o futuro Estado palestino, que deveria ser desmilitarizado.
A Liga Árabe insistiu em uma resolução no final da reunião que a solução para o conflito deve ser baseada na Iniciativa de Paz Árabe, aprovada em 2002.
Esta iniciativa estipula a retirada israelense de todos os territórios árabes ocupados durante a guerra de 1967 em troca do reconhecimento a Israel.
Os ministros árabes também rejeitaram 'todas as medidas e planos políticos israelenses que têm como objetivo alterar as realidades demográfica e geográfica dos territórios palestinos ocupados', segundo o texto.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, foi encarregado de enviar uma mensagem ao secretário de Estado americano, John Kerry, para reiterar a posição do bloco árabe.
Por outro lado, os ministros responsabilizaram o governo israelense de 'dificultar o processo de paz mediante o assassinato de palestinos e seus planos de construir assentamentos'.
Araby disse em entrevista coletiva após a reunião que nem os países árabes ou a Autoridade Nacional Palestina (ANP) farão concessões a Israel.
Por fim, ele lembrou que os países árabes fizeram um acordo com os EUA para supervisionar negociações entre as partes que não devem durar mais de nove meses, entre o fim de julho de 2013 e abril de 2014.
As estatísticas do serviço secreto israelense Shabak mostram um aumento da violência no segundo semestre de 2013 entre palestinos e israelenses, o que faz temer uma nova Intifada se as negociações de paz fracassarem. EFE