Rússia: contínuo escândalo de doping da Rússia forçará o país a competir sob uma bandeira neutra (Yuri Kadobnov/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 15h42.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 19h00.
Moscou - O Kremlin voltou a rejeitar a possibilidade de adotar um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, em declaração dada depois de alguns dos melhores atletas da Rússia serem impedidos de competir no evento na Coreia do Sul.
Várias das principais esperanças da medalha do país, incluindo Viktor Ahn, seis vezes ouro na patinação velocidade, foram impedidos de participar da Olimpíada no próximo mês, em meio ao contínuo escândalo de doping da Rússia, que já forçará o país a competir sob uma bandeira neutra.
Questionado se o Kremlin poderia considerar um boicote diante das novas restrições, Dmitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, rejeitou a possibilidade nesse momento. "Agora é importante evitar palavras como boicote", afirmou. Ele disse que o governo russo se concentrará em conversar com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para defender seus atletas.
Já dizimada por suspensões e forçada a competir sob uma bandeira neutra, a Rússia agora vai para a Olimpíada sem alguns dos melhores esquiadores, patinadores e outros atletas que não cumpriram com as condições impostas pelo COI.Além de Ahn, o esquiador cross-country Sergei Ustyugov e o biatleta Anton Shipulin, atuais campeões do mundo em suas categorias, ficaram fora da lista de competidores que podem ser selecionados pelo COI para a Olimpíada.
Diante disso, a Federação de Patinação Artística da Rússia disse também que o COI estava tratando de provocar o país a adotar um boicote. Porém, membros das federações de luge e de curling da Rússia se pronunciaram contra essa ação, algo que parece referendado pelo Kremlin.