Mundo

Após recuo do grupo Wagner, Putin agradece a Lukashenko pela mediação, afirma governo de Belarus

Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner, ordenou a seus homens que encerrassem a marcha em direção à Moscou

Lukashenko é conhecido no cenário internacional por ser uma figura muito próxima e dependente do Kremlin (AFP/AFP)

Lukashenko é conhecido no cenário internacional por ser uma figura muito próxima e dependente do Kremlin (AFP/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de junho de 2023 às 16h53.

Última atualização em 24 de junho de 2023 às 16h56.

Aliado do presidente russo Vladimir Putin, Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, apareceu como um negociador improvável para lidar com o motim do grupo de mercenários Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin. Lukashenko é conhecido no cenário internacional por ser uma figura muito próxima e dependente do Kremlin.

Embora poucos detalhes das negociações sejam conhecidos, o líder de Belarus está tentando capitalizar o resultado. Ele conseguiu que o líder da milícia Wagner ordenasse a seus homens que encerrassem a marcha em direção à Moscou, dessem meia volta e retornassem aos acampamentos.

Pelo Twitter, o perfil oficial do ministério das Relações Exteriores postou que Lukashenko falou com Putin sobre os resultados das negociações. " O presidente Putin agradeceu a seu aliado pelo trabalho realizado".

O que é o Grupo Wagner?

Fundado em 2014, o Wagner é um grupo paramilitar privado de mercenários composto por ex-soldados, prisioneiros e civis russos e estrangeiros. O líder da equipe de elite é o oligarca Yevgeny Prigozhin, com forte ligação ao Kremlin. As primeira missões do grupo ocorreram em Donbass, no leste da Ucrânia, e na península da Crimeia, quando os mercenários ajudaram as forças separatistas a tomar a região.

Durante anos, Prigojin fez trabalho clandestino para o Kremlin, enviando mercenários de seu grupo privado para lutar em conflitos no Oriente Médio e na África, sempre negando qualquer envolvimento. Com a guerra da Ucrânia, Putin utilizou os mercenários no conflito. Segundo estimativas, os paramilitares têm mais de 20 mil soldados na guerra da Ucrânia.

O líder, Yevgeny Prigozhin, afirmou que 25 mil soldados estão prontos para derrubar o ministro da defesa russo. 

Quem é Yevgeny Prigojin, ex-vendedor de cachorro quente e líder do grupo Wagner

Prigojin nasceu em São Petersburgo em 1961 e foi preso por cometer pequenos delitos na adolescência e foi condenado por quase 10 anos. Quando saiu da prisão, ele e sua mãe começaram a vender cachorro quente e depois abriram um restaurante, foi quando ele conheceu Vladimir Putin. Ele se tornou um oligarca rico após conseguir contratos lucrativos de refeições com o com o Kremlin, o ficou conhecido como o “chef de Putin”.

Ele virou um combatente de guerra ocorreu após os movimentos separatistas apoiados pela Rússia em 2014 no Donbass, no leste da Ucrânia. Prigojin fundou o grupo Wagner para ser um grupo paramilitar que lutaria em qualquer causa apoiada pela Rússia, em qualquer lugar do mundo.

Prigozhin ganhou influência política e se lançou em um confronto com autoridades políticas e militares que parece ter ido além da retórica.

Por que o grupo Wagner quer derrubar o governo russo

líder da milícia Wagner acusou na sexta-feira, 23, exército de Moscou de bombardear suas bases e convocou a população a se revoltar contra o comando militar. 

O exército negou as acusações, que chamou de "provocação", enquanto os serviços de segurança russos abriram uma investigação contra Yevgeny Prigozhin, por tentativa de motim.

A tensão ocorre em meio à contraofensiva das tropas ucranianas para reconquistar territórios tomados pela Rússia desde o início da intervenção militar, em fevereiro de 2022.

Horas antes do surgimento da crise, Prigozhin afirmou que o exército russo estava "se retirando" no leste e sul da Ucrânia, contradizendo as afirmações do Kremlin, que afirma que a contraofensiva de Kiev fracassa. "As Forças Armadas ucranianas estão fazendo as tropas russas recuarem", declarou, em entrevista publicada no aplicativo Telegram por seu serviço de imprensa.

"Não há controle algum, não há vitórias militares" de Moscou, insistiu Prigozhin, acrescentando que os militares russos "se banham em seu sangue", referindo-se às grandes perdas sofridas pelas tropas regulares. Putin e seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmam, por sua vez, que o Exército está "repelindo" todos os ataques ucranianos.

Acompanhe tudo sobre:Vladimir PutinRússia

Mais de Mundo

Guerra na Ucrânia: Armas nucleares são a definitiva moeda de troca da Rússia

EUA fecham embaixada em Kiev e alertam sobre 'ataque aéreo significativo'

Empresas ajudarão parcerias verdes com o Brasil mesmo sob governo Trump, diz porta-voz dos EUA

Depois do G20, Lula recebe Xi para aproximar ainda mais Brasil e China