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Em meio a protestos, projeto que reduz jornada de trabalho avança no Chile

Iniciativa prevê redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais; Chile vive onda de protestos violentos por reformas estruturais

Protestos no Chile (Marcelo Hernandez/Getty Images)

Protestos no Chile (Marcelo Hernandez/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 15h04.

Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 15h33.

São Paulo – A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta quinta-feira (24) a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais, numa derrota ao governo de Sebastián Piñera, que era contra a medida. Foram 88 votos a favor, 24 se manifestaram contra e 27 deputados se abstiveram. Pelo 7º dia consecutivo, milhares de chilenos continuam se mobilizando em protestos pelas ruas da capital Santiago.

A iniciativa proposta pelas deputadas Camilla Vallejo e Karol Cariola, do Partido Comunista, agora será examinada pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Segundo Cariola, citada pelo jornal chileno La Nación, a aprovação irá ajudar o país a “avançar em uma agenda que ajude a superar a atual crise”.

Protestos no Chile

Há pouco mais de uma semana, o Chile está sendo palco de grandes protestos, que se iniciaram para fazer frente a uma tentativa do governo de Piñera de aumentar a tarifa dos transportes em 30 pesos.

No final da última semana, no entanto, as demonstrações se tornaram maiores e mais violentas depois da convocação do exército para patrulhar as ruas país afora. Desde então, cerca de 18 pessoas morreram nos confrontos com as forças policiais, ao menos 1.500 pessoas foram presas, estações de metrô atacadas e prédios públicos incendiados.

As demandas dos manifestantes se ampliaram para incluir pedidos de reformas estruturais profundas neste que é considerado o país mais liberal da América Latina.

Para aplacar os ânimos, Piñera pediu desculpas a população "por ter demorado em agir" e anunciou um pacote de medidas sociais, como criação de uma ajuda do governo para aqueles trabalhem em jornada completa, mas que que recebam menos de 350 mil pesos chilenos (US$ 482).

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