Protestos: desde que terminaram os confrontos e a repressão, em 22 de abril, várias marchas e vigílias pedindo justiça foram celebradas (Oswaldo Rivas/Reuters)
AFP
Publicado em 2 de maio de 2018 às 06h36.
Última atualização em 2 de maio de 2018 às 06h48.
Centenas de estudantes voltaram às ruas nesta terça-feira (1) na Nicarágua para protestar contra o governo e exigir justiça para os 43 mortos nas violentas manifestações de semanas atrás contra um plano de reforma previdenciária.
Os jovens iniciaram uma caminhada nos arredores da Universidade Centro-americana e, no trajeto rumo à rotatória Jean Paul Genie, a sudeste de Manágua, somaram-se moradores a pé, de moto e carro.
Desde que terminaram os confrontos e a repressão, em 22 de abril, várias marchas e vigílias pedindo justiça foram celebradas.
Os manifestantes colocaram cruzes e flores em memória aos jovens mortos na rotatória Jean Paul Genie, depois que grupos de simpatizantes do governo as retiraram na segunda-feira.
"O povo não se esquece" e "Vão embora" (referência ao presidente Daniel Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo), repetiam os manifestantes, enquanto agitavam bandeiras e motoristas passavam tocando a buzina de seus carros em sinal de apoio.
As manifestações da oposição foram suspensas na segunda-feira para evitar confrontos com simpatizantes do governo, que se mobilizaram pela primeira vez desde que os protestos explodiram.
Os estudantes condicionaram participar de um diálogo com o governo à formação de uma comissão independente com verificação internacional para que investigue as mortes dos jovens, as quais atribuem a agentes da Polícia e a grupos de choque afins ao Executivo.