Rússia: Paul Whelan estava com a sua família em Moscou para acompanhar um casamento (Tatyana Makeyeva/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de agosto de 2019 às 14h47.
Moscou — O americano Paul Whelan, detido na Rússia sob a alegação de espionagem, foi formalmente acusado após a conclusão do período de investigação, revelou nesta sexta-feira o advogado Vladimir Zherebenkov, à agência de notícias "Interface".
"Hoje, o investigador apresentou a Whelan a redação definitiva da acusação feita a ele", explicou o responsável pela defesa no caso.
Segundo Zherebenkov, na próxima semana, será anunciado oficialmente o fim do período de averigação das informações.
"Depois que isso acontecer, começaremos a estudar o material da causa e as provas que foram obtidas", disse o advogado.
Zherebenkov garantiu que o americano segue negando ser um espião dos Estados Unidos, e admitiu que a acusação segue sem se convencer dos argumentos do cliente. O responsável pela defesa, no entanto, vê fragilidade nas informações contra Whelan.
"Não identifiquei na acusação, provas firmes da culpa dele. Considero que essa acusação não se sustenta, é ilegal e tem muitas contradições", avaliou.
Whelan foi detido em um hotel localizado em Moscou, no dia 28 de dezembro, por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, a antiga KGB). O americano foi apontado como autor de "atividades de espionagem", crime pelo qual pode ser condenado a 20 anos de prisão.
O acusado, supostamente, recebeu de outra pessoa um pendrive que conteria a lista completa dos funcionários do serviço secreto russo.
A família, no entanto, garante que Whelan viajou para Moscou para acompanhar um casamento. O advogado disse que o cliente recebeu o aparelho de memória USB, por acreditar que continha material sobre viagens turísticas na Rússia.
O americano já disse anteriormente que acredita ter caído em uma armadilha, e que a pessoa com quem se encontrou para receber o pendrive, poderia estar atuando para a FSB, quando entregou as informações secretas.