Sarajevo - Depois das águas provocarem as piores inundações em um século, um novo perigo aparece na Bósnia-Herzegovina com o possível aparecimento de milhares de minas deslocadas pelos deslizamentos de terra.
De acordo com as primeiras avaliações oficiais, aproximadamente, 900 quilômetros quadrados de superfície foram castigados pela catástrofe natural e estão sob ameaça direta ou indireta das minas, colocadas no país durante a guerra (1992-1995).
Além disso, as águas levaram as placas que marcavam os campos minados.
De acordo com Fikret Smajic, um dos responsáveis pela eliminação dos artefatos, é grave a situação no norte, no vale do Rio Bosna, próximo a Maglaj e Doboj. Também causa preocupação toda a região ao longo do Rio Sava, que em sua cheia arrastou terras de campos minados.
Em Doboj, desde o ano 2000 as explosões de minas causaram a morte de cinco pessoas e, embora alguns trechos tenham sido limpos dos artefatos, mais de 18 anos depois da guerra ainda havia minas em muitos locais.
As autoridades bósnias advertiram nos últimos dias do perigo que essas minas representam.
De acordo com a imprensa, elas foram arrastadas, inclusive, para regiões povoadas.
As pessoas, que limpam o barro deixado pelas águas em suas casas, quintais e nas regiões em volta devem agir com a máxima cautela e informar aos serviços especializados qualquer objeto suspeito.
Antes das recentes inundações, a Bósnia já tinha grandes problemas com as minas, com uma superfície "suspeita" de 1.215 quilômetros quadrados.
O tamanho é equivalente a 2,4% do território do país, um dos mais afetados do mundo nesse aspecto.
Depois da guerra, foram registradas na Bósnia 599 mortes por explosão de minas, 46 delas durante a retirada dos artefatos.
Segundo Smajic, esses explosivos poderiam inclusive se transformar em uma ameaça para toda a região balcânica.
"Devido à enorme quantidade de água, os artefatos dos campos minados podem chegar até Djerdap - uma grande central hidrelétrica no Danúbio entre Sérvia e Romênia - e até o Mar Negro", disse.
A pedido do país balcânico, analistas da Bélgica chegaram à Bósnia para ajudar a fazer imagens aéreas detalhadas das regiões afetadas com equipamentos eletrônicos.
A imprensa bósnia informou que em algumas regiões, a população tem encontrado próximo de casa minas e munição descobertas e que, inclusive, já havia ocorrido uma explosão perto de Brcko (norte), sem causar vítimas.
É esperada a plena atividade das equipes especiais bósnias em eliminação de minas, junto à ONGs, para a retirada das águas que ainda cobrem algumas zonas.
Ontem, em Sarajevo, a capital da Bósnia, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmusen, alertou do perigo que representa o deslocamento das minas colocadas na guerra, e expressou a disposição dos aliados em ajudar à Bósnia.
Gregor Sancanin, um especialista da Eslovénia em minas e assistência às vítimas, declarou à agência eslovena "STA" que em teoria, é possível que tenha ocorrido o deslocamento de até 30 mil minas pelas águas e os deslizamentos de terra.
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1. Fúria impiedosa
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São Paulo - De acordo com um
relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (
ONU), as catástrofes ambientais causaram um prejuízo recorde de 138 bilhões de dólares para economia mundial em 2012. O furacão Sandy foi o mais caro, custando 50 bilhões para economia americana. Embora tenha assustado o mundo naquele ano, a supertempestade passou longe de ser um dos piores
desastres naturais. Veja a seguir quais foram as catástrofes naturais mais mortais e onde elas ceifaram mais vidas.
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2. Enchente e avalanche no Paquistão
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Total de mortos: 615
Em abril de 2012, por volta das 6h da manhã, uma avalanche destruiu uma das mais importantes sedes militares paquistanesas em Gayari perto da disputada geleira Siachen, matando 135 pessoas. Depois foi a vez das enchentes ceifarem mais vidas: 480 no total, entre agosto e outubro.
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3. Enchentes na Nigéria
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Total de mortos: 363 Entre julho e outubro de 2012, a Nigéria viveu um desastre nacional. As enchentes que atingiram o país no período levaram caos à região afetando mais de sete milhões de pessoas. Dessas, pelo menos 2 milhões tiveram de abandonar suas casas. O balanço final de vítimas contabiliza 363 mortos.
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4. Frio e enxurrada na Rússia
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Total de mortos: 341 Fortes chuvas castigaram a Rússia em junho do ano passado. As enchentes-relâmpagos causaram um desastre sem precedentes na região sul, destruindo calçadas, casas, semáforos. Por ter ocorrido à noite, a enxurrada pegou muita gente de surpresa; algumas das 171 vítimas fatais foram eletrocutadas nas ruas, sem tempo de reagir. No fim do ano, uma onda de frio congelante matou outras 170 pessoas.
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5. Terremotos no Irã
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Total de mortos: 306 No dia 11 de agosto, dois fortes terremotos atingiram a região montanhosa de Varzeghan, Ahar e Heris, no Irã. Mais de 300 pessoas morreram e outras 3 mil ficaram feridas. No momento da catástrofe, a maioria dos homens trabalhava no campo mas as mulheres e as crianças estavam dentro de casa e foram as grandes vítimas da tragédia.
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6. Frio extremo no Peru
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Total de mortos: 252 A onda de frio que atingiu o Peru em junho de 2012 deixou muita gente doente. Comunidades pobres, onde os habitantes sofrem de anemias e outros problemas de saúde, estão entre as mais afetadas. Crianças com menos de cinco anos de idade são a maior parte das vítimas fatais. Nesse período, aumentam os casos de infecções respiratórias agudas e pneumonia.
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7. Enchente na Coreia do Norte
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Total de mortos: 169
Em julho de 2012, a Coreia do Norte enfrentou o que as autoridades chamaram de as piores enchentes em um século da história do país. A enxurrada deixou construções debaixo d´água e interrompeu o fornecimento de energia elétrica. Pior, as enchentes ocorreram logo depois de um período de seca na região, comprometendo ainda mais o fornecimento de alimento na região.
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8. Enchentes, China
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Total de mortos: 151 Após dias de chuvas torrenciais em junho, o sudoeste da China foi castigado por enchentes, que obrigaram dezenas de milhares de pessoas a deixarem as suas casas. A cidade de Chongqing teve 220 milímetros em 30 horas, um recorde de 1958.
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