Golfo do México: decreto de Trump impulsiona mudança de nome para "Golfo da América" (Andrew Harnik/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 14h41.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 14h44.
Algumas petroleiras, incluindo a britânica BP, começaram a usar o nome Golfo da América em seus balanços para se referir ao Golfo do México, após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, baixar um decreto mudando a nomenclatura da região. A área do Oceano Atlântico banha os territórios americano e mexicano e é rica em petróleo. As relações entre os dois países estão estremecidas, após Trump anunciar — e depois adiar — sobretaxa sobre produtos mexicanos.
A BP usou pela primeira vez a nova nomenclatura em seu relatório financeiro, divulgado nesta terça-feira, 11, para se referir às operações que tem na região, incluindo registros retroativos, como o vazamento de óleo em 2010.
A americana Chevron também adotou a expressão em seu último balanço, referente ao quarto trimestre de 2024, divulgado em 31 de janeiro.
Já a Shell, com sede no Reino Unido e que também já divulgou resultado, manteve o nome original do golfo.
A polêmica em torno do novo nome também chegou ao Google. A empresa alterou a nomenclatura da região no aplicativo Google Maps usado pelos americanos.
No app utilizado pelos mexicanos, o nome original foi mantido. Já para os demais usuários do mundo, ao buscarem a área, será exibido o nome Golfo do México e, entre parênteses, Golfo da América.
No decreto assinado por Trump, que muda o nome do golfo, também foi alterado o nome de uma montanha no Alasca, considerada a mais alta do país. O ex-presidente Barack Obama renomeou o marco para Denali, em 2015, como um aceno à população nativa da região.
Agora, o monte voltou a ser chamado de Monte McKinley. A medida se insere na cruzada antidiversidade que Trump vem liderando no país desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro.
As novas políticas do ex-presidente buscam eliminar programas de equidade e inclusão nas empresas e órgãos governamentais. Um de seus decretos assinados no início do mandato determinou que fosse eliminada o que chamou de "ideologia de gênero" nas instituições públicas.
Segundo fontes do jornal britânico Financial Times, a administração Trump teria pedido também para que quatro grandes consultorias que prestam serviço para o governo removessem os pronomes indicativos de gênero (Miss ou Mrs, que significam senhorita e senhora em inglês) da assinatura de e-mails externos de funcionários.
Ainda de acordo com o FT, após essa determinação, a Deloitte enviou um e-mail para cerca de 15 mil empregados com essa recomendação.