Coronavírus: Índia ficou em isolamento por 70 dias (Rupak De Chowdhuri/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2020 às 11h35.
Última atualização em 12 de junho de 2020 às 14h54.
A Índia relatou um aumento diário recorde de casos do novo coronavírus nesta sexta-feira e se tornou o quarto país mais atingido do mundo, o que cria a perspectiva da volta de um isolamento dias depois de ele ser suspenso.
Ansioso para reativar a economia depois de um isolamento de quase 70 dias, o governo reativou a maior parte do transporte público, escritórios e shoppings centers nesta semana, embora as autoridades de saúde tenham dito que o país ainda levará semanas para achatar a curva crescente de infecções.
Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde disse que o número de casos aumentou em 10.956 em relação ao dia anterior, com grande quantidade de novas infecções nas cidades de Nova Délhi, Mumbai e Chennai.
O doutor V.K. Paul, chefe de uma força-tarefa do governo a cargo do surto, disse que não existe fim rápido à vista.
"Nossa população ainda está suscetível, este vírus está presente, nós o contivemos, mas esta luta continuará durante meses", disse Paul em uma coletiva de imprensa.
Os novos casos elevaram o número total de infecções a 297.535 no país, que substituiu o Reino Unido como quarta nação mais assolada, de acordo com contagens da Reuters.
O número de mortes na Índia chegou a 8.498, o que autoridades disseram ser pouco em relação à sua população de 1,3 bilhão de habitantes. O Reino Unido acumula mais de 41 mil mortes.
O chefe da Jama Masjid, mesquita de Nova Délhi que é uma das maiores da nação, ordenou a suspensão das congregações até o final do mês.
"Que sentido faz visitar mesquitas no momento em que o vírus está se espalhando tão rápido?", questionou o clérigo Syed Ahmed Bukhari, sugerindo que outras mesquitas façam o mesmo.
Praveen Khandelwal, secretário-geral da Confederação Geral de Comerciantes da Índia, disse que as lojas podem ter que fechar novamente na capital, onde se projeta que o número de casos crescerá dos 32.810 atuais para meio milhão até o final de julho.
A Suprema Corte pediu um relatório das autoridades de Nova Délhi dizendo que os pacientes enfrentam uma "situação horrenda" em hospitais lotados.
A cidade precisa de 80 mil leitos hospitalares até o final do mês – hoje ela tem 11 mil, segundo o governo.