THERESA MAY: ela deve sobreviver mais uma vez, segundo analistas britânicos / Stefan Wermuth/ Reuters (Stefan Wermuth/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 06h12.
Última atualização em 16 de janeiro de 2019 às 06h44.
Ontem, foi o destino do acordo de saída da União Europeia, o Brexit, que foi escrutinado, e aniquilado, pelo parlamento britânico. Hoje, é sua própria idealizadora, a primeira-ministra Theresa May, quem tem a cabeça a prêmio. O parlamento deve votar uma mução de desconfiança no governo, numa iniciativa do líder trabalhista Jeremy Corbyn.
Segundo Corbyn, em dois anos de governoe May não conseguiu elaborar uma proposta boa o suficiente para ser aprovada pela maioria do Parlamento. Em dezembro, May já havia sido alvo de uma moção de desconfiança apresentada pelo seu próprio partido, o Conservador, e sobreviveu. Desta vez, a expectativa é que ela siga no cargo mais uma vez. Caso perca, pode decidir renunciar, ou insistir no cargo e enfrentar uma votação num prazo de 14 dias.
Sua esperada vitória pode indicar que, assim como sobra insatisfação sobre a dificuldade de May de costurar um acordo de saída que seja visto como justo pelos parlamentares, há um reconhecimento de que a situação é realmente complexa. May é criticada pela oposição por levar o Brexit adiante e por seu partido por definir um plano brando demais — e os dois lados discordam da forma como vem tratando a questão da Irlanda do Norte. Pela proposta derrotada ontem, a região manteria uma fronteira aberta com sua vizinha Irlanda, o que na prática desmantelaria a unidade territorial do Reino Unido.
A votação foi a maior derrota da história para um governo do Reino Unido: 432 parlamentares recusaram o acordo e apenas 202 apoiaram a proposta de May, diferença de 230 votos.
Caso sobrevive, May tem prazo apertado para retomar a pauta do Brexit. Terá três dias para apresentar um plano alternativo para ser analisado pelo parlamento. O texto atualizado do acordo a ser apresentado até segunda-feira pode ser emendado pelos parlamentares com suas próprias propostas.
O presidente do conselho europeu, Donald Tusk, afirmou ontem no Twitter que é hora de alguém finalmente ter a coragem de reconhecer que a única solução possível para o Reino Unido é esquecer o Brexit e permanecer na União Europeia. O prazo final do desembarque é 29 de março.