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Após breve trégua, situação volta a ficar tensa na Ucrânia

A situação voltou a ficar tensa no leste do país após uma breve trégua, depois que foguete atingiu um hospital e do governo acusar a Rússia de enviar soldados

Jornalistas observam o hospital alcançado por um foguete no centro de Donetsk, na Ucrânia (Aleksander Gayuk/AFP)

Jornalistas observam o hospital alcançado por um foguete no centro de Donetsk, na Ucrânia (Aleksander Gayuk/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 20h30.

Donetsk - A situação voltou a ficar tensa no leste da Ucrânia nesta segunda-feira, após uma breve trégua nesta região separatista, depois que um foguete atingiu um hospital em Donetsk e de Kiev acusar a Rússia de enviar 700 soldados para apoiar os rebeldes.

O fim de semana tinha sido extremamente violento, sobretudo devido aos combates nos arredores do aeroporto de Donetsk, e o reduto separatista recebeu com alívio a breve trégua da noite de domingo e da manhã desta segunda-feira, dia da Epifania para os ortodoxos.

Após os confrontos dos últimos dias, os disparos se tornaram esporádicos. Mas, no meio do dia, um foguete atingiu um hospital e uma universidade no centro de Donetsk, sem deixar mortos.

Seis pessoas - um médico e cinco pacientes - ficaram feridas, segundo as autoridades locais.

"Saía da loja [ao lado do hospital] e, então, ouvi 'bum, bum, bum'. Por reflexo, me joguei no chão. Vi voarem tijolos vermelhos [do hospital], os vidros destroçados", explicou à AFP Denis Rybkine, um pedestre de 35 anos.

Segundo moradores, o foguete se dirigia às instalações do Ministério de Segurança separatista, situado a uma centena de metros do hospital.

As autoridades ucranianas revelaram que os separatistas receberam o reforço de 700 soldados russos, depois que o exército repeliu no sábado, com carros de combate, uma ofensiva contra o aeroporto.

"Esta manhã [segunda-feira], dois grupos de forças armadas da Federação da Rússia cruzaram a fronteira" na parte controlada pelos rebeldes, assegurou à AFP um porta-voz militar ucraniano, Andrei Lyssenko, destacando que estes grupos tinham entre "300 e 350 soldados".

Kiev e o Ocidente levam meses acusando os russos de deslocar tropas nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, embora Moscou sempre o tenha negado.

Segundo as últimas estimativas de Kiev, mais de 8.500 soldados russos estavam no leste da Ucrânia em meados de janeiro.

Esta nova escalada da violência preocupa, após as poucas semanas de relativa calma, que anteciparam o cessar-fogo assinado em 9 de dezembro.

Os ministros das Relações Exteriores da UE deveriam abordar a crise ucraniana nesta segunda-feira em sua reunião em Bruxelas, como fará o Conselho de Segurança da ONU na próxima quarta-feira.

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), cujos observadores acompanham a situação no terreno, pediu o cessar imediato das hostilidades, diante da escalada de violência, que matou civis e militares.

"Chamo todas as partes envolvidas no conflito a fazer esforços imediatos para reduzir a tensão e respeitar o cessar-fogo" e os acordos de paz de Minsk assinados em setembro, disse o chefe da diplomacia sérvia, Ivica Dacic, que ocupa a presidência rotativa da OSCE, em comunicado publicado na noite de domingo.

Kiev negou, nesta segunda-feira, qualquer responsabilidade no aumento das tensões com os separatistas.

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