Combatentes curdos peshmerga agitam uma bandeira enquanto se movem para a cidade síria de Kobani, na fronteira com a Turquia (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2014 às 20h40.
Suruc - Combatentes curdos vindos do Iraque ultrapassaram a fronteira da Turquia rumo à Síria, para ajudar na defesa da cidade de Kobani, que há um mês está sob ataque do grupo Estado Islâmico.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que coleta informações a partir de ativistas no local, dez veículos com os militantes e seus armamentos deixaram a cidade turca de Suruc na noite desta sexta-feira.
Os carros chegaram à Kobani por meio de uma área ao oeste da cidade, próximo à colina estratégica de Tel Shair.
Ativistas não explicaram porque os curdos não acessaram a Síria por meio da passagem principal na fronteira, mas acredita-se que tentaram despistar os extremistas do Estado Islâmico, que têm atacado com frequência a região, no intuito de cercar completamente os defensores de Kobani.
A saída do comboio foi acompanhada por jornalistas, que foram impedidos de fotografar por policiais turcos. Os combatentes levavam bandeiras curdas e deixaram Suruc fazendo o sinal de vitória com os dedos, gritando: "Kobani, Kobani!"
A chegada dos militantes à cidade síria foi atrasada por motivos ainda não esclarecidos. Na quinta-feira, dez curdos entraram em Kobani, onde discutiram estratégias de defesa com os locais, mas retornaram à Turquia no dia seguinte.
Um deles chegou a acusar o governo do país de atrasar os esforços contra o Estado Islâmico para que os extremistas tomassem a cidade.
Dentre os equipamentos que os curdos estão levando a Kobani estão mísseis anti-tanques. As armas são fundamentais para que eles consigam ganhar terreno do Estado Islâmico, que detém veículos de guerra tomados dos Exércitos da Síria e do Iraque.
A expectativa dos curdos é a de que os armamentos e o reforço dos soldados seja suficiente para garantir a retomada de Kobani e de vilarejos próximos. O confronto na cidade já fez com que 200 mil pessoas deixassem o local para buscar refúgio na Turquia.