Segundo os investigadores, a ligação revela que o agressor queria sair com vida do atentado para divulgar sua ideologia fundamentalista cristã e ultradireitista (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2011 às 08h05.
Berlim - O autor dos atentados na Noruega, o fundamentalista cristão e ultradireitista Anders Behring Breivik, ligou para a Polícia após assassinar dezenas de jovens na ilha de Utoeya para comunicar sua disposição em se entregar, informou nesta quarta-feira o diário local "VG".
"Breivik. Comandante. Integrado ao movimento de resistência anticomunista contra a islamização. A operação foi completada, quero entregar-me a Delta", disse o atirador em apenas três segundos em uma chamada à delegacia do distrito de Busquerude Sul.
O agente que recebeu a mensagem telefônica tentou ligar de volta a Breivik imediatamente, já que coincidiu com dezenas de pedidos de auxílio de suas vítimas na ilha, mas o atirador não respondeu, segundo o periódico norueguês.
No entanto, entre os objetos que as forças de segurança apreenderam no acampamento juvenil de Utoeya, onde morreram 69 pessoas, não figura o telefone celular de Breivik, segundo as primeiras investigações.
As equipes dos serviços de inteligência noruegueses ainda trabalham na ilha, em busca de novas evidências que forneçam mais dados sobre o massacre de 22 de julho.
Os investigadores consideram, por esta e outras ações, que o agressor queria sair com vida do duplo atentado, algo que encaixa, segundo sua opinião, com o interesse de Breivik de divulgar sua ideologia fundamentalista cristã, ultradireitista e islamofóbica.
Enquanto isso, o suposto autor do duplo atentado permanece completamente isolado, vigiado 24 horas por dia para evitar que tente o suicídio e entre fortes medidas de segurança para que não seja atacado por outros prisioneiros.
Em 22 de julho, Breivik fez explodir um potente carro-bomba no bairro governamental de Oslo, matando oito pessoas, e depois invadiu um acampamento da juventude social-democrata e atirou contra a multidão durante quase uma hora, assassinando 69 participantes, em sua maioria jovens e adolescentes.
O primeiro-ministro do país, o trabalhista Jens Stoltenberg, qualificou o duplo atentado de a "maior tragédia nacional desde a Segunda Guerra".