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Após acordo com FMI, Argentina anuncia fim do controle cambial para pessoas físicas

País pretende adotar regime de bandas para o dólar

Luis Caputo: ministro da Economia da Argentina anunciou anunciou o fim do controle cambial para pessoas físicas (Tomas Cuesta/Getty Images)

Luis Caputo: ministro da Economia da Argentina anunciou anunciou o fim do controle cambial para pessoas físicas (Tomas Cuesta/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de abril de 2025 às 19h07.

Última atualização em 11 de abril de 2025 às 19h18.

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O ministro das finanças da Argentina, Luis Caputo, anunciou nesta sexta-feira que, a partir de segunda-feira, será eliminado o controle cambial, implementado em 2019 e que, segundo ele, limita o funcionamento normal da economia.

“Acabar com o controle cambial neste contexto macroeconômico de ordem fiscal e monetária fará com que entrem investimentos que estavam em espera”, destacou.

Segundo Caputo, esses investimentos vão consolidar o crescimento, gerar um desenvolvimento maior, que por sua vez vai gerar um superávit maior e "nos dará a possibilidade de reduzir impostos e destinar mais recursos ao setor privado — promovendo mais empregos e melhores salários”, destacou.

Antes do anúncio de Caputo, o banco central do país informou, em comunicado em seu site, que vai permitir que o peso seja negociado dentro de uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, em um regime conhecido como flutuação suja ou administrada, o que exigirá que o banco venda dólares de suas reservas para manter a moeda do país dentro de uma faixa específica.

O anúncio foi feito logo depois de informar que um acordo foi fechado com o FMI, destacando que, com isso, a etapa 3 do programa econômico da Argentina será concluída.

“Estruturamos o programa em 3 etapas: eliminar o déficit fiscal, o déficit quase fiscal e a emissão monetária; e a terceira, a recapitalização do Banco Central (BCRA)”, acrescentou o ministro.

“O programa que herdamos com o FMI na época estava fracassando porque nenhuma das metas propostas pelo fundo havia sido cumprida. Tínhamos nosso próprio programa econômico, desenvolvido ao longo dos anos com nosso grupo na consultoria, mas chegar a um novo acordo com o FMI poucos dias depois de entrar no país, dado o descrédito da Argentina, era absolutamente impossível”, explicou Caputo.

As autoridades vinham controlando a taxa de desvalorização do peso, permitindo que o ritmo fosse de 1% ao mês — significativamente menor que a inflação. Muitos consideravam essa política insustentável, alertando que ela reduzia a competitividade das empresas argentinas no comércio e tornava os preços mais altos para os turistas.

Nos mercados paralelos usados pelos argentinos para driblar os controles cambiais, o peso foi negociado pela última vez a US$ 1.341, segundo dados de preços coletados pela Bloomberg.

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