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Após acordo, Austrália receberá refugiados da América Central

O polêmico acordo foi firmado com os EUA, por incentivo de Obama, mas quando Trump assumiu a presidência ele tentou cancelá-lo

Refugiados: em troca, Washington disse que irá aceitar até 1.250 postulantes a asilo retidos em centros de imigração australianos (David Gray/Reuters)

Refugiados: em troca, Washington disse que irá aceitar até 1.250 postulantes a asilo retidos em centros de imigração australianos (David Gray/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de julho de 2017 às 11h26.

Sydney - A Austrália receberá várias dezenas de refugiados da América Central nos próximos meses, disseram à Reuters duas fontes a par do processo, nas primeiras transferências de um polêmico acordo de troca de refugiados firmado com os Estados Unidos.

Canberra prometeu acolher um número não especificado de refugiados da América Central em respeito a um acordo acertado com o ex-presidente dos EUA Barack Obama no final do ano passado.

Em troca, Washington disse que irá aceitar até 1.250 postulantes a asilo retidos em centros de imigração australianos nas ilhas de Papua-Nova Guiné e Nauru, que a Austrália quer fechar.

Um grupo de aproximadamente 30 refugiados de El Salvador atualmente detidos na Costa Rica irá para a Austrália nos próximos dois meses, segundo as duas fontes, e um segundo grupo de tamanho semelhante seguirá pouco depois.

"O grupo foi aprovado e provavelmente se mudará no outono (do hemisfério norte)", disse uma fonte, que pediu anonimato pois não estava autorizada a falar à mídia sobre os procedimentos.

Um porta-voz do Ministério da Imigração australiano não quis comentar.

Autoridades dos Serviços de Cidadania e Imigrações dos EUA e o escritório de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos EUA não responderam a pedidos de comentários fora do horário de trabalho normal. A embaixada norte-americana em Canberra não respondeu de imediato a pedidos de comentários.

A transferência de refugiados salvadorenhos à Austrália concentrará a atenção nas medidas dos EUA para cumprir sua parte do pacto, descrito pelo presidente Donald Trump como um "acordo burro" para os EUA.

Nenhum dos refugiados abrigados em Papua-Nova Guiné e Nauru --em sua maioria homens do Oriente Médio e do sul da Ásia-- já recebeu aprovação para se mudar para solo norte-americano. No início deste mês, autoridades dos EUA suspenderam entrevistas de verificação porque o país alcançou sua cota anual de acolhimento de refugiados.

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