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Após acidente aéreo, duas pessoas deverão estar em cabines

Algumas companhias aéreas se apressaram para mudar regras e exigir que um segundo tripulante esteja na cabine das aeronaves, após acidente nos Alpes


	Airbus A320 da Germanwings decola: promotores sugerem que copiloto se isolou na cabine e derrubou o avião
 (Jan Seba/Reuters)

Airbus A320 da Germanwings decola: promotores sugerem que copiloto se isolou na cabine e derrubou o avião (Jan Seba/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 20h25.

Berlim/Paris - Algumas companhias aéreas se apressaram nesta quinta-feira em mudar suas regras para exigir que um segundo tripulante esteja na cabine das aeronaves a todo momento, horas depois de promotores franceses terem sugerido que o copiloto de um avião comercial se isolou no controle e derrubou seu avião intencionalmente.

Os EUA já exigem a presença contínua de dois tripulantes na cabine, mas muitos outros países não possuem a regra, o que permite aos pilotos deixarem o comando, como por exemplo para ir ao banheiro, desde que um piloto permaneça no controle.

Isso é precisamente o que os promotores franceses suspeitam ter acontecido no voo da Germanwings que caiu na terça-feira.

Eles disseram que Andreas Lubitz, de 28 anos, trancou o capitão do lado de fora da cabine e depois pareceu ajustar os controles para que o avião se chocasse contra uma montanha, matando todas 150 pessoas a bordo.

Companhias aéreas como a norueguesa Air Shuttle, a britânica easyJet, a Air Canada e a Air Berlin afirmaram horas depois do acidente terem introduzido uma exigência para que dois tripulantes estejam na cabine de comando a todo momento.

O Canadá disse que iria impor a regra imediatamente a todas as suas companhias aéreas.

“Tivemos muitos clientes preocupados”, disse um porta-voz da Air Berlin. Companhias aéreas que já haviam implantado tais regras, como a Ryanair, apressaram-se em acalmar seus clientes.

Entre as companhias que não anunciaram a mudança em seus regulamentos está a Lufthansa, proprietária da Germanwings e cujo presidente-executivo, Carsten Spohr, disse acreditar que a medida não é necessária.

“Não vejo qualquer necessidade de modificação de nossos procedimentos aqui”, disse Spohr a jornalistas. “Foi o caso de uma exceção. Mas vamos examinar o acontecimento junto com vários especialistas da Lufthansa e autoridades. Não devemos nos perder em medidas de curto prazo.”

Os comentários de Spohr provocaram críticas no Twitter, com algumas pessoas exigindo que a companhia aérea adotasse a regra. Momentos depois, ainda nesta quinta, Spohr disse à rede alemã ARD que a Lufthansa sentaria com as outras companhias aéreas alemãs e com a autoridade de aviação do país na sexta-feira, para discutir o assunto.

“Vamos examinar se há medidas que possam ser tomadas rapidamente para melhorar ainda mais a segurança”, disse ele. A associação alemã de aviação BDL disse que todas as companhias aéreas, incluindo a Lufthansa, haviam concordado em debater tais regras.

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