Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan: Chefe de estado sugeriu o sistema presidencialista (Baz Ratner/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de abril de 2017 às 14h42.
Última atualização em 16 de abril de 2017 às 15h06.
Ancara - O apoio ao novo sistema presidencialista sugerido pelo chefe de estado, o islamita Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo realizado neste domingo na Turquia com 51,4% dos votos, quando a apuração das urnas já alcançou 97%.
O voto a favor do novo sistema lidera a contagem com uma vantagem de 1,3 milhão de votos sobre o "não", o que lhe garante a vitória, embora a proporção ainda possa variar.
No entanto, o Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, que fez campanha contra a reforma, denunciou que estas cifras provêm da agência semipública "Anadolu" e ainda não são os resultados definitivos da Junta Suprema Eleitoral.
Além disso, Erdal Aksünger, um porta-voz do CHP, declarou à imprensa que seu partido impugnará 37% das urnas apuradas, porque há "muita manipulação".
Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta Suprema Eleitoral que hoje permitiu considerar válidas na contagem papeletas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta, segundo consideram, para manipulações.
"Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora", disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.
O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.
Os defensores da reforma sustentam que esta daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em uma espécie de ditadura devido aos enormes poderes que seriam atribuídos ao presidente.
*Atualizado com mais informações da agência EFE.