Tanque de guerra de lutadores pró-governo no Iêmen: apesar do conflito, os imigrantes e refugiados não diminuíram, embora o Iêmen só seja um lugar de passagem (Reuters / Stringer)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 10h15.
Genebra - Cerca de 70 mil imigrantes, solicitantes de asilo e refugiados chegaram este ano ao Iêmen, principalmente vindos de Etiópia e Somália, apesar de o país estar sofrendo com um conflito armado que provocou uma crise humanitária, disse a ONU nesta terça-feira.
Mais da metade das chegadas ocorreram depois de 26 de março, quando uma coalizão árabe - liderada pela Arábia Saudita - começou a bombardear posições dos rebeldes houthis (de filiação xiita).
Este grupo rebelde tinha obrigado o presidente a se exilar na Arábia Saudita, após tomar o controle da capital, Sana, e de outras importantes cidades e áreas do Iêmen.
Apesar do conflito, os imigrantes e refugiados não diminuíram, embora o Iêmen só seja um lugar de passagem no caminho para seus verdadeiros destinos: alguns dos país vizinhos, que são ricas monarquias petrolíferas.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) disse que a recepção dos que chegam através do Mar Vermelho foi suspensa após um ataque que destruiu o centro de amparo.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU comunicou hoje que a guerra civil no Iêmen já matou 2.615 civis e feriu 5.193.
De todas essas vítimas, dois terços foram registradas nos sete meses após o início dos bombardeios aéreos sauditas. Incluindo os combatentes, foram mais de 5.600 mortes.
Por outra parte, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse hoje que um de seus centros de atenção na cidade iemenita de Saada, no noroeste do país, foi alvo ontem à noite de vários bombardeios, enquanto havia pacientes e equipes médicas em seu interior.
A organização não informou ainda sobre mortos ou feridos por este ataque.