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Apesar de crise econômica, emissão de CO2 sobe 2,6% em 2012

O aumento foi influenciado pelo crescimento rápido das emissões na China e na Índia, o que pode intensificar a urgência de um acordo na reunião do clima das Nações Unidas em Doha

6 - Alemanha (Gettyimages)

6 - Alemanha (Gettyimages)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 16h52.

Cingaoura - As emissões de dióxido de carbono provenientes da indústria subiram estimados 2,6 por cento em meio à crise econômica global, segundo o Projeto Carbono Global.

O aumento foi influenciado pelo crescimento rápido das emissões na China e na Índia, o que pode intensificar a urgência de um acordo na reunião do clima das Nações Unidas em Doha.

Segundo o estudo, um relatório anual sobre a poluição de CO2 da humanidade, as emissões cresceram 3,1 por cento em 2011, colocando o mundo em um caminho quase certo para mudanças perigosas do clima, como ondas de calor, secas e tempestades.

Cerca de 200 países participam das negociações em Doha, no Catar, até 7 de dezembro, que têm como objetivo estimular a ambição na luta contra as alterações climáticas para limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius, uma meta que as nações concordaram em 2010. As temperaturas já subiram 0,8 graus Celsius desde a era pré-industrial.

"Eu estou preocupado que os riscos das alterações climáticas perigosas estão muito altos em nossa trajetória de emissões atual. Precisamos de um plano radical", disse a co-autora do levantamento, Corinne Le Quéré, diretora do Centro Tyndall de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas da Grã-Bretanha e professora da Universidade de East Anglia.

O total de emissões para 2012 é estimado em 35,6 bilhões de toneladas, segundo os pesquisadores no estudo, publicado pela revista Nature Climate Change.

O crescimento das emissões atual está colocando o mundo em um caminho para aquecer entre 4 graus e 6 graus Celsius, diz o estudo, com as emissões globais saltando 58 por cento entre 1990 e este ano. O estudo se concentra nas emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento.


Alguns países em desenvolvimento estão alimentando o crescimento das emissões, diz o estudo, apesar de a crise econômica global gerar planos de longo prazo de estímulo verde para China, Índia, Estados Unidos e outros países para tentar reduzir a emissão de CO2.

As emissões de carbono da China cresceram 9,9 por cento em 2011, depois de subir 10,4 por cento em 2010 e agora compõem 28 por cento de toda a poluição de CO2 em comparação com 16 por cento dos EUA.

As emissões da Índia cresceram 7,5 por cento no ano passado, contra alta de 9,4 por cento em 2010, enquanto as dos EUA e da União Europeia caíram 1,8 e 2,8 por cento, respectivamente, em 2011.

EMISSÕES NEGATIVAS O estudo é feito por cientistas e institutos de pesquisa no mundo todo e coordenado pelo Projeto Carbono Global, que faz parte da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth da Austrália, em Canberra.

"A menos que grandes e organizados esforços globais de mitigação sejam iniciados em breve, o objetivo de se manter abaixo de 2 graus Celsius (o aumento da temperatura) se tornará inalcançável", dizem os autores.

Globalmente, a medida de emissões de carbono por unidade do Produto Interno Bruto (PIB) está estabilizada desde 2005, de acordo com o estudo, que analisou dados do governo dos EUA, das Nações Unidas e as estatísticas da petroleira BP.

Emissões em 2011 a partir de carvão totalizaram 43 por cento, com 34 por cento a partir do petróleo e o restante corresponde à produção de gás e cimento.

Os autores do estudo afirmam que ainda seria tecnicamente possível limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius, mas o aumento das emissões teria de ser interrompido imediatamente e depois cair rapidamente.

Cada ano com um crescimento de 3 por cento das emissões tornam a meta de limitação da temperatura menos provável e cada vez mais cara.

Seria necessária uma rápida mudança para uma energia mais verde e emissões negativas no futuro, em que mais CO2 seria retirado do ar do que adicionado.

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