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Apesar de corte de ajuda, EUA querem manter relação

EUA informaram na quarta-feira que estão reconsiderando sua ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares ao Egito e que suspenderão o envio de material bélico pesado


	John Kerry: secretário de Estado americano conversa com jornalistas em uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia
 (AFP)

John Kerry: secretário de Estado americano conversa com jornalistas em uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 12h05.

Kuala Lumpur - O secretário de Estado americano, John Kerry, assegurou nesta quinta-feira que Washington deseja continuar com sua relação com o Egito, apesar de ter congelado uma parte da ajuda militar a seu aliado no mundo árabe.

"De maneira alguma, não se trata de uma retirada de nossa relação ou de uma ruptura de nosso compromisso de ajuda ao governo egípcio", declarou Kerry durante uma breve coletiva de imprensa em Kuala Lumpur.

Os Estados Unidos informaram na quarta-feira que estão reconsiderando sua ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares ao Egito e que suspenderão o envio de material bélico pesado.

Washington vai deixar de enviar "material militar pesado e sua ajuda em dinheiro ao governo (do Egito), à espera de um progresso crível em direção a um governo cívico inclusivo, democraticamente eleito e a eleições justas", ressaltou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em um comunicado.

O congelamento da ajuda militar americana -- de 1,3 bilhão de dólares por ano, aos quais são adicionados 250 milhões em ajuda econômica-- inclui principalmente a entrega de helicópteros Apache, caças F-16, mísseis Harpoon e peças para tanques A1/M1, indicaram autoridades americanas.

Psaki não indicou valores exatos sobre a ajuda congelada, limitando-se a ressaltar que esses armamentos valem "centenas de milhões de dólares".

Apesar da decisão, os Estados Unidos seguirão ajudando a "vigiar as fronteiras do Egito", a lutar contra o terrorismo e a garantir a segurança da Península do Sinai, disse Psaki.


Washington continuará a entregar "peças de reposição para equipamentos originais americanos e a contribuir com a formação de militares" egípcios.

"Acreditamos que a aliança entre Estados Unidos e Egito será mais forte quando o Egito estiver representado por um governo civil, eleito democraticamente e aberto a todos, sobre a base de um estado de direito", afirmou Psaki.

"Continuaremos examinando, em intervalos regulares, as decisões tomadas sobre nosso apoio, e continuaremos trabalhando com o governo interino para avançar em direção a nossos objetivos comuns".

Depois da destituição do presidente Mohamed Mursi, no início de julho, e da repressão que se seguiu, a administração do presidente Barack Obama está sob pressão para reduzir a ajuda fornecida anualmente ao Cairo. Em meados de agosto, Washington já havia cancelado exercícios militares conjuntos com o Egito e adiou a entrega de quatro caças F-16 às Forças Armadas egípcias.

Os Estados Unidos não chegaram a classificar a derrubada de Mursi como "golpe de Estado" - o que teria obrigado o governo americano a pôr fim à ajuda por lei -, mas condenaram uma repressão "lamentável", exigindo o fim do estado de emergência e eleições democráticas em 2014.

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