Destruição causada pelas explosões durante a Maratona de Boston: funcionários da Casa Branca afirmaram ser muito cedo para dizer se os ataques de Boston foram realizados por um grupo estrangeiro ou do país. (REUTERS / Jessica Rinaldi)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 15h20.
16 Boston - Autoridades que investigam o atentado na Maratona de Boston, nos Estados Unidos, disseram nesta terça-feira que nenhum dispositivo explosivo adicional foi encontrado além dos dois detonados perto da linha de chegada da corrida, um desdobramento que pode complicar o caso.
Ninguém foi detido em conexão com o ataque da segunda-feira à tarde, que deixou três mortos e deixou ao menos 176 feridos, disse o comissário de polícia de Boston Ed Davis, em uma coletiva de imprensa. Dos feridos, 17 permaneciam em estado crítico.
Na noite de segunda-feira, a polícia revistou um apartamento na área de Boston de um estudante da Arábia Saudita que foi ferido na explosão, informaram fontes policiais.
Nesta terça-feira, fontes policiais relataram que as provas indicavam que o estudante saudita, que havia sido temporariamente considerado uma "pessoa de interesse" na investigação, seria inocentado de suspeitas e dificilmente lançaria alguma luz sobre o atentado.
Numerosas outras teorias e pistas na investigação estão sendo avaliadas, disseram as fontes, mas no momento não há nenhuma ligação particularmente forte ou teoria que está sendo perseguida.
Richard Deslauriers, agente especial do FBI encarregado da investigação, recusou-se a nomear quaisquer pessoas sendo interrogadas no caso.
Funcionários da Casa Branca e investigadores afirmaram ser muito cedo para dizer se os ataques de Boston foram realizados por um grupo estrangeiro ou do país, ou para identificar um motivo.
Desfazendo relatos anteriores de até sete dispositivos sendo encontrados em torno de Boston, Gene Marquez, agente especial assistente encarregado do Escritório de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo dos EUA, afirmou que as autoridades determinaram que as únicas bombas implantadas no ataque foram as duas detonadas pouco antes das 16h (horário de Brasília), na segunda-feira.
Um trecho da Rua Boylston, perto da linha de chegada da maratona, onde as explosões ocorreram, e quarteirões ao redor estavam fechadas para o tráfego enquanto a polícia procurava evidências da identidade de quem colocou as bombas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, chamou os ataques de Boston de "ato de terror" nesta terça-feira. Em um pronunciamento na Casa Branca, Obama pediu aos norte-americanos que se mantenham vigilantes e estejam atentos para atividades suspeitas.
"Toda vez que bombas são usadas para atingir civis inocentes é um ato de terror", disse Obama. "O que ainda não sabemos, porém, é quem foi o responsável pelo ataque ou por quê, se foi planejado e executado por uma organização terrorista --estrangeira ou doméstica-- ou se foi um ato de individual malévolo." Foi o pior ataque em solo norte-americano desde que a segurança foi reforçada depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Grandes cidades em alerta
Hospitais na região de Boston estavam planejando cirurgias para algumas das vítimas, muitas das quais sofreram ferimentos na perna nas explosões, disse Peter Fagenholz, um cirurgião de trauma do Hospital Geral de Massachusetts.
Um menino de oito anos estava entre os mortos, informou o Boston Globe, citando duas fontes policiais a par da investigação. Um de 2 anos estava sendo tratado no Hospital Infantil de Boston por um ferimento na cabeça, segundo o hospital.
As explosões colocaram a polícia em alerta nas principais cidades dos EUA, incluindo Washington e Nova York, os locais dos ataques do 11 de setembro.
A Maratona de Boston anual, realizada desde 1897, atrai cerca de meio milhão de espectadores e cerca de 20 mil participantes a cada ano.
Autoridades na Grã-Bretanha e Espanha disseram que as maratonas de Londres e Madri serão realizadas no domingo, mas os planos de segurança para ambas as corridas estão em revisão.