Gabriel Boric, novo presidente do Chile: com 35 anos, é também um dos mais jovens políticos a chegar ao cargo mais importante do governo de seus países (JAVIER TORRES/AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2021 às 19h58.
Última atualização em 11 de março de 2022 às 16h05.
Com 35 anos, o novo presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, é também um dos mais jovens políticos a chegar ao cargo mais importante do governo de seus países.
Na lista de chefes de Estado novatos estão nomes como:
Ex-líder estudantil, Boric defende maiores investimentos sociais e serviços públicos, uma mudança de 180 graus no Estado liberal e de amplo livre mercado construído pelo Chile desde os anos 1980.
Os protestos dos anos 2010 levariam à ascensão de Boric como líder estudantil e figura conhecida no Chile. Daquela geração vieram também uma série de nomes que hoje são o resto da nova esquerda chilena, como as deputadas Camila Vallejo e Karol Cariola, do Partido Comunista, e o deputado e porta-voz da campanha de Boric, Giorgio Jackson.
O agora presidente não está entre as vozes mais à esquerda de sua coalizão. Boric terminou vencendo as primárias e se tornando candidato exatamente por ser visto como um nome mais palatável ao eleitor.
Sua coalizão Aprovo Dignidade tem dois grandes grupos, o Frente Amplio, do qual faz parte o Convergencia Social, partido de Boric, e o Chile Digno, liderado pelo Partido Comunista, frente mais radical. No segundo turno, a candidatura também ganhou apoio dos grupos de centro-esquerda, incluindo da ex-presidente Michelle Bachelet.
A plataforma da coalizão traz muitas das insatisfações que marcaram os protestos há dois anos. Entre os projetos, estão pautas como uma previdência pública em substituição ao modelo de capitalização, ampliar a gratuidade na educação e expandir o sistema público de saúde.
O plano é financiar os investimentos com impostos sobre os mais ricos e setores como a tradicional indústria mineradora chilena. Há ainda amplo foco em temas ambientais, como mais regulações na extração de cobre e frentes como a gestão da água, hoje privada. São pontos nos quais governos de centro-esquerda não tocaram, e que podem tornar um possível governo Boric instável.
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