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Ao menos 12 mortos em atentado no Iêmen, em dia de protesto

Na segunda-feira, Sanaa anunciou a morte do número dois da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), o saudita Said Ali al-Shehri

Localização do atentado em Sanaa, Iêmen: a Al-Qaeda se aproveitou da fragilidade do poder central para reforçar sua influência no leste e no sul do país (©AFP / Sr)

Localização do atentado em Sanaa, Iêmen: a Al-Qaeda se aproveitou da fragilidade do poder central para reforçar sua influência no leste e no sul do país (©AFP / Sr)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 17h03.

Sanaa - O ministro iemenita da Defesa, Mohamed Naser Ahmed, saiu ileso nesta terça-feira de um atentado com carro-bomba no centro de Sanaa que causou doze mortes, um dia após o anúncio da morte, em uma operação militar, do número dois da Al-Qaeda no Iêmen.

Poucas horas depois do atentado, mais de 200.000 iemenitas saíram às ruas da capital para pedir que seja suspensa a anistia concedida ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, acusado de comprometer a transição política depois de sua renúncia em fevereiro.

O atentado com carro-bomba ocorreu a 200 metros da sede do Conselho de Ministros, segundo fontes policiais e militares.

O carro explodiu na passagem do último dos três veículos do comboio que transportava os guarda-costas do ministro, informaram as fontes.

O ministro "escapou de uma tentativa de assassinato com um carro-bomba, que tinha como alvo o seu comboio (...) quando saía da reunião semanal do gabinete", anunciou a agência oficial Saba.

Segundo o ministro do Interior, Abdel Qader Qahtan, citado pela agência, "doze pessoas morreram, entre elas sete guarda-costas do ministro".

O atentado não foi reivindicado. É a segunda vez em três meses que o ministro de Defesa, nomeado por Saleh e mantido no cargo por seu sucessor Abd Rabbo Mansur Hadi, escapa de um ataque.

Na segunda-feira, Sanaa anunciou a morte do número dois da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), o saudita Said Ali al-Shehri, em uma operação militar no leste do Iêmen.

A Al-Qaeda se aproveitou da fragilidade do poder central, no calor da insurreição popular contra o ex-presidente Saleh, para reforçar sua influência no leste e no sul do país.


Depois de treze meses de protestos, Saleh abandonou o poder em fevereiro, graças a um acordo de transição que concedia anistia a ele e a seus parentes.

Nesta terça-feira, mais de 200.000 pessoas saíram às ruas de Sanaa para protestar contra essa imunidade, na maior mobilização desde a saída do ex-presidente.

"O número de participantes superou os 200.000", afirmou um dos organizadores. Outro afirmou que a manifestação tinha cinco quilômetros de comprimento.

A mobilização foi organizada pelos "Jovens da Revolução", que iniciaram os protestos contra o ex-chefe de Estado, que estava no poder desde 1978.

Os críticos acusam Saleh de continuar tendo ambições políticas e de alimentar a instabilidade no país.

"Se não suspendem a imunidade, Saleh e seus partidários se sentirão encorajados a continuar com a sabotagem dos oleodutos e a animar o terrorismo", dizia um dos cartazes da manifestação.

O principal oleoduto para a exportação do petróleo iemenita foi sabotado na madrugada de quarta-feira na província de Marib (centro).

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