Guiné: protestos são causados pela crescente frustração dos guineanos com a falta de desenvolvimento em seu país (Wikimedia Commons/ Soman)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 14h18.
Conacri - Pelo menos uma pessoa morreu e seis outras ficaram feridas em Conacri, capital da Guiné, nesta terça-feira, quando protestos contra os frequentes cortes de energia se tornaram violentos e o escritório da empreiteira brasileira OAS foi atacado, disseram testemunhas.
Os protestos são causados pela crescente frustração dos guineanos com a falta de desenvolvimento em seu país na costa oeste da África, que apesar da riqueza mineral permanece imerso em pobreza após décadas de desordem política.
As eleições legislativas no final do ano passado completaram a transição de volta a um governo civil após o golpe militar de 2008. O presidente Alpha Conde sofre grande pressão para realizar mudanças concretas antes da próxima eleição presidencial em 2005.
A população está carente dos serviços sociais mais básicos e a infraestrutura do país precisa de melhorias urgentes.
As forças de segurança em torno do bairro de Lansanayah atiraram gás lacrimogênio e bateram em manifestantes com cacetetes, de acordo com o relato de moradores, alguns dos quais afirmaram ter escutado o disparo de tiros.
"Um jovem morreu após ser atingido por um veículo (pertencente as força de segurança). Eu vi o corpo", disse o morador Aissatou Diallo à Reuters.
Algumas pessoas em meio à multidão atacaram o escritório local da empreiteira brasileira OAS, que está envolvida em uma série de projetos de obras públicas. Não ficou claro por que a companhia foi escolhida como alvo.
Ninguém estava disponível para comentar na OAS em Conacri, mas um diplomata estrangeiro, que pediu para não ser identificado, disse que um dos empregados locais da empresa ficou ferido.
O porta-voz do governo Damantang Albert Camara confirmou a morte de um manifestante, mas não soube dizer se um veículo das forças de segurança estaria envolvido.
Os cortes de energia em várias bairros de Conacri nas últimas semanas têm revoltado os moradores.
O plano do governo para melhorar a produção de eletricidade tem sido prejudicado pelos problemas em conectar uma planta geradora de 100 megawatts de capacidade instalada em Tombo à rede de energia da Guiné.