"Eu apenas vou me referir às regras básicas e ao fato de que nós deixamos claro que ficaremos atentos a isso", disse o ministro do Tesouro dos EUA, Jack Lew (REUTERS/Alastair Grant/Pool)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 17h33.
Aylesbury - Os <strong><a href="https://exame.com/noticias-sobre/estados-unidos" target="_blank">Estados Unidos</a></strong> alertaram o Japão nesta sexta-feira para seguir as regras em relação ao valor da moeda japonesa, preparando o cenário para uma reunião potencialmente desconfortável dos ministros das Finanças do G7, perto de Londres.</p>
O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, disse que o Japão tem "assuntos de crescimento" que precisam ser tratados, mas que as tentativas do país de estimular a economia precisam ficar dentro dos limites dos acordos internacionais, a fim de evitar desvalorizações competitivas.
"Eu apenas vou me referir às regras básicas e ao fato de que nós deixamos claro que ficaremos atentos a isso", disse Lew ao canal de notícias CNBC.
O iene caiu para o menor nível em quatro anos e meio ante o dólar nesta sexta-feira, rompendo o nível psicológico de 100 ienes por dólar. A moeda japonesa também registrou uma mínima de três anos frente ao euro.
O movimento era conduzido em parte pelas notícias de que os investidores japoneses vêm optando por títulos estrangeiros, mudança que tem sido esperada desde que o Banco do Japão, banco central do país, anunciou um amplo plano de estímulo no mês passado.
O Japão insistiu nesta sexta-feira que a queda do iene não seria um forte tópico na reunião de autoridades de Finanças do G7, apesar das preocupações em outros campos sobre guerra cambial.
"O Banco do Japão não está visando taxas de câmbio, que são determinadas pelos mercados", disse o presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda.
Tem havido preocupações entre autoridades de que o Japão estaria arquitetando uma recuperação puxada por exportações que poderia afetar a capacidade de crescer de outros países da região.
Outros bancos centrais também elevaram seus esforços de estímulo frente ao crescimento fraco. O Banco Central Europeu (BCE) cortou a taxa de juros na semana passada e pode impulsionar o empréstimo a pequenas empresas, enquanto o Federal Reserve --BC norte-americano-- dá continuidade a seu programa de compra de títulos.
"É importante que, em linha com as decisões anteriores do G20 e do FMI, não há debate sobre guerra cambial", afirmou o comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia (UE), Olli Rehn. "A discussão gira em torno de como coordenar melhor nossas políticas econômicas." O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse que as taxas de câmbio estão na agenda e que o Japão havia prometido adotar uma prática cambial cautelosa.
Os participantes do encontro elogiaram o fato de a reunião ter um tom informal, já que não haverá declaração oficial após o término do encontro. "Não há assuntos tabu, já que estamos numa reunião informal", afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
Debate sobre crescimento
O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, que preside a reunião, quer que seus companheiros foquem no que mais bancos centrais podem fazer para ajudar o crescimento em um momento em que a maioria dos governos tenta reduzir os gastos e elevar os impostos.
"(Esta é) uma oportunidade de avaliar o que mais o ativismo monetário pode fazer para dar suporte à recuperação, ao mesmo tempo em que garante que as expectativas de inflação de médio prazo continuem ancoradas", disse Osborne.
O ministro das Finanças britânico disse que as reuniões, que acontecerão nesta sexta-feira e sábado, também devem girar em torno de regulação bancária, evasão fiscal e livre comércio.