Gás Natural: ANP calcula que o potencial de gás não convencional em cinco bacias geológicas brasileiras poderia passar de 500 trilhões de pés cúbicos (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 19h16.
Rio - A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que o gás não associado a petróleo no Brasil deve estar principalmente em terra. "O potencial do gás natural em terra é muito grande no Brasil, está em toda parte", disse nesta segunda-feira, 26, em evento da Câmara de Comércio Americana, no Rio.
No caso do gás não convencional de folhelho (shale gas), Magda disse que, apesar de não haver confirmação do tamanho das reservas, o potencial é grande e a fonte precisa ser explorada. "Não é possível deixar o não convencional de lado."
A ANP calcula, num exercício hipotético, que o potencial de gás não convencional em cinco bacias geológicas brasileiras poderia passar de 500 trilhões de pés cúbicos (TCFs), o que seria mais do que o pré-sal brasileiro. "É apenas um exercício, uma provocação", esclareceu Magda.
O cálculo é feito com base no tamanho das bacias, usando como referência a produtividade da área de shale Barnett, uma região de shale gas de referência nos Estados Unidos.
Magda disse que, provavelmente, as bacias brasileiras não alcançarão a mesma produtividade. Porém, se obtivessem, a Bacia do Parnaíba teria 64 TCFs, Parecis 124 TCFs, Recôncavo 20 TCFs, São Francisco 80 TCFs e Paraná 226 TCFs.
A ANP destaca que a estimativa do Paraná foi feita por uma agência norte-americana e não é endossada pelo regulador brasileiro por falta de estudos.
A diretora-geral disse que o Ibama participará do licenciamento de poços para gás não convencional e estabelecerá requisitos específicos para este fim. Ela lembra que há Estados com larga experiência com licenciamentos, como a Bahia, e outros que estão sendo apresentados agora ao setor de óleo e gás, como Mato Grosso. "O Ibama vai ser um ator chave no licenciamento não convencional."