Uma flor e uma bandeira americana são colocados no lado dos nomes inscritos no memorial do 11 de setembro (Mary Altaffer-Pool/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 20h54.
Nova York - O 11º aniversário dos atentados terroristas de 11/9 foi lembrado nesta terça-feira de forma tranquila e marcado pelos anúncios da conclusão do museu em memória da tragédia e do aumento do atendimento médico às vítimas e trabalhadores que realizaram a limpeza e a remoção dos escombros das Torres Gêmeas.
A cerimônia em memória e homenagem às 2.983 vítimas transcorreu de forma discreta e serena, com duzentas pessoas (em turnos de duas duplas) que leram os nomes dos mortos em ordem alfabética.
A leitura foi interrompida em seis momentos (na mesma hora em que os aviões colidiram e que as torres desabaram) e durou quase quatro horas.
Muitos dos participantes, entre eles crianças e jovens, não conteram a emoção ao falar de seus familiares. ''Te amo e me lembro todos os dias'' foi a mensagem mais repetida.
Entre os espectadores, muitos compareceram com fotografias e mensagens para seus entes queridos.
O cenário da homenagem foi novamente o impressionante memorial com fontes de água de dez metros de altura e placas de bronze com os nomes das vítimas localizado onde era o World Trade Center.
Outras cerimônias paralelas aconteceram em diferentes pontos da cidade, como delegacias de polícia, quartéis dos bombeiros, a Autoridade Portuária de Nova York e a empresa financeira Marsh & McLennan, que perdeu 295 trabalhadores.
Na Bolsa de Wall Street foi feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos atentados antes do início do pregão.
Durante a tarde, dois enormes raios de luz azul serão apontados em direção ao céu e ficarão acesos até o amanhecer, em lembrança das duas torres, na chamada ''Homenagem de Luz''.
Além da cerimônia, que acontece ano após ano com o mesmo ritual, a novidade desta ocasião foi que as autoridades atenderam, embora com muito atraso, algumas das principais reivindicações das vítimas e das pessoas que trabalharam nas operações de resgate.
Na tarde de ontem foi anunciado um acordo entre os estados de Nova York e Nova Jersey e a Prefeitura da cidade para reiniciar a construção do museu em memória das vítimas. A obra ficou parada quase um ano por conta de disputas sobre o financiamento e a manutenção do centro.
''Todos entendemos que isto tinha que ser solucionado'', declarou hoje o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que garantiu em comunicado que as obras ''serão retomadas muito em breve e não serão interrompidas até que o museu esteja concluído''.
Segundo as previsões atuais, será necessário mais de um ano de trabalho assim que as obras forem retomadas, o que torna pouco provável a inauguração do museu antes de 2014.
O anúncio aconteceu poucas horas depois das autoridades federais de saúde declararem que o câncer será considerado oficialmente uma das doenças relacionadas com o 11/9. Os moradores da região do WTC e pessoas que trabalharam nas operações de resgate irão receber cobertura médica do Estado para o tratamento de até 50 tipos de câncer.
A decisão do médico John Howard, diretor do Instituto Nacional para a Segurança e a Saúde no Trabalho, representa uma antiga reivindicação para muitos doentes convencidos de que contraíram o câncer respirando pó impregnado de substâncias tóxicas após o desmoronamento das torres.
Para a celebração do 11º aniversário as autoridades reforçaram as medidas de segurança em Nova York, com um aumento dos soldados e agentes de segurança nas principais áreas da cidade, como edifícios oficiais importantes e estações de transporte público.
As torres serão substituídas pela chamada Freedom Tower (Torre da Liberdade), que deve ser concluída em dois anos, com um custo estimado de US$ 3,9 bilhões (R$ 7,95 bilhões).
A torre terá uma altura total de 541,68 metros (o número simbólico de 1.776 pés, em homenagem ao ano da Declaração de Independência dos EUA).