Durante a campanha contra o Boko Haram, o Exército da Nigéria prendeu mais de 20 mil pessoas, muitas vezes sem nenhuma prova (Pius Utomi Ekpei/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2015 às 13h17.
Lagos - Abusos do Exército da Nigéria foram responsáveis pela morte de cerca de oito mil pessoas na luta do país contra o grupo extremista Boko Haram, informou um relatório da Anistia Internacional divulgado nesta quarta-feira. A investigação divulgou os nomes de oficiais do Exército que deveriam ser investigados por crimes de guerra.
Através do relatório, a organização de direitos humanos pede que o governo da Nigéria, liderado pelo recentemente eleito Muhammadu Buhari - antigo ditador militar - investigue a morte de "oito mil pessoas assassinadas, torturadas e que passaram fome até morrer".
A Anistia Internacional afirma que entrevistou mais de 400 pessoas durante muitos anos para concluir a investigação, incluindo vítimas, parentes, testemunhas, ativistas, médicos e integrantes do Exército.
Durante a campanha contra o Boko Haram, o Exército da Nigéria prendeu mais de 20 mil pessoas - muitas vezes sem nenhuma prova - e manteve-as em condições extremas, o que resultou em muitas mortes.
Não houve uma resposta imediata do Exército nigeriano ou do presidente Buhari, que está em viagem para Níger.